Deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Florianópolis, Marquito (PSOL) é o entrevistado do Cabeça de Político desta semana. Na conversa com Upiara Boschi, ele abordou o recente rompimento da aliança entre o ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil) e atual prefeito Topázio Neto (PSD), eleito vice na chapa em 2020 e também pré-candidato a prefeito na disputa deste ano.
Marquito avalia que o eleitorado de Florianópolis ainda não está informado de que Gean não pode concorrer novamente a prefeito nas eleições destes – por ter vencido as disputas de 2016 e 2020, seria considerado uma segunda reeleição, o que não é permitido pela legislação eleitoral. Ele entende, no entanto, que um possível apoio do ex-prefeito ao também ex-prefeito Dário Berger (PSDB) mexe com o cenário.
Quando tem Topázio, quando tem Dário com Gean, quando tem o próprio Pedrão (Silvestre, do PP), a gente percebe que tem ali um campo muito reconhecido em seu aspecto programático, mas com muitas fissuras entre eles. Se olhar do ponto de vista do que aconteceu em suas relações nos últimos 20 anos, é perceptível que eles já estiveram juntos em muitos momentos. É um campo de disputa pelo poder, mas programaticamente muito parecidos – afirmou Marquito.
Marquito defende “ventos franceses” na esquerda
O deputado estadual também falou no Cabeça de Político sobre o que as eleições parlamentares na França, com vitória da Nova Frente de Esquerda graças a alianças informais com o centro para impedir o avanço da extrema-direita. Marquito avalia que os “ventos franceses” devem ser avaliados nas eleições municipais deste ano, especialmente no que se refere aos partidos de esquerda – hoje o campo também tem a pré-candidatura do ex-vereador Lela Farias, do PT, enquanto o PDT está com Dário Berger.
Para o primeiro turno, é legítimo que os partidos estejam na eleição para se construírem e afirmarem os seus nomes. Agora, é importante entender que o cenário está se fragmentando. Eu defendo uma unidade do campo da esquerda desde o primeiro turno em Florianópolis. Acho que a responsabilidade do campo da esquerda, diante dos ventos que sopram da França, diante do que tem acontecido na América Latina, é de que a gente poderia e deveria estar unificado – disse o pré-candidato.
Marquito fala sobre Operação Presságio
A Operação Presságio, que prendeu o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Ed Pereira, no dia 29 de maio, também foi tema da entrevista de Marquito no Cabeça de Político. O pré-candidato lembrou que a investigação teve origem nas suspeitas de irregularidade na contratação de uma empresa terceirizada para atuar durante uma greve da Comcap.
A Comcap tornou-se o epicentro de disputas políticas e administrativas, onde contratos opacos foram o ponto de partida para uma série de questionamentos – enfatiza Marquito.