O empresário Adriano Silva (NOVO) inicia o segundo mandato como prefeito de Joinville, animado com os 78% de aprovação obtidos nas urnas em outubro e convicto de que sua forma de gerir o município agrada à imensa maioria da população.
No discurso de posse, na Câmara de Vereadores, não se limitou a afirmar que 2025 será um ano de “mais entregas” na infraestrutura e na saúde — os dois maiores problemas da cidade. Foi além: prometeu a utilização de tecnologias para melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Adriano tem vários desafios pela frente:
1. Viabilizar um atendimento muito mais rápido em todas as estruturas de saúde, evitando que a população se sinta desamparada;
2. Garantir a conclusão de obras de pontes que, na prática, ajudem a reduzir os enormes congestionamentos diários em todas as regiões do município;
3. Finalizar (sem mais recursos jurídicos ou embaraços técnicos) a licitação do transporte público — um tema que remonta aos anos 2000, desde várias gestões anteriores;
4. Evoluir no projeto de reduzir a presença da máquina pública em Joinville por meio de concessões e privatizações. Entre essas medidas, a mais polêmica é a concessão para uma organização social administrar o Hospital Municipal São José. Outras concessões incluem o Mercado Público e a Cidadela Cultural Antarctica, por exemplo.
Neste contexto de uma administração pública com práticas baseadas na iniciativa privada, Adriano Silva citou, em sua fala, o pensador Friedrich Hayek e a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
Hayek foi um dos mais importantes teóricos do liberalismo econômico, e seus livros são leitura obrigatória para compreender o pensamento liberal na história mundial. Thatcher, conhecida como a “Dama de Ferro”, implementou políticas liberais na Inglaterra com pulso firme e cunhou frases como “o consenso é a negação da autoridade”, defendendo que decisões precisam ser tomadas, mesmo que desagradem a muitos.
Adriano Silva e sua vice, Rejane Gambin, terão um caminho relativamente tranquilo na Câmara de Vereadores nos próximos anos, já que a maioria dos eleitos faz parte da base do governo. Eventualmente, poderão ocorrer votos contrários ou posicionamentos pontuais de oposição, geralmente para valorizar os “passes” de alguns vereadores visando as eleições de 2026.
De olho em 2026
Adriano Silva, pragmático, evitará “bolas divididas” nesse cenário político. Embora ainda faltem dois anos para a definição de chapas para governador, vice, senador, deputado federal e deputado estadual, as articulações já começaram.
João Rodrigues, prefeito reeleito de Chapecó, já se coloca como possível candidato ao governo de Santa Catarina. Poderemos ter, portanto, um embate entre Rodrigues e Jorginho Mello, que buscará a reeleição. Ambos são políticos experientes, com ampla capacidade de articulação.
Qual será o papel de Adriano Silva nesse tabuleiro político em 2026? Certamente será protagonista. O NOVO exigirá isso, e a população de Joinville também. A dúvida é como:
• Será candidato a governador?
• Comporá uma chapa com Rodrigues?
• Disputará uma das duas vagas ao Senado?
Adriano, tendo exitosas experiências como executivo tanto na iniciativa privada quanto na administração pública, poderia também se ver como legislador em âmbito federal?
Os próximos meses darão pistas do caminho que ele seguirá.
E a vice-prefeita?
Um ponto importante a ser observado: Rejane Gambin (NOVO), atual vice-prefeita, assumirá o comando da prefeitura em abril de 2026 caso Adriano deixe o cargo para disputar outro posto.
A pergunta que fica é: como seria uma gestão de Rejane Gambin à frente da prefeitura de Joinville? Por ora, não há resposta. O que vier a acontecer nos próximos meses definirá o rumo dessa história.