As investigações da Operação Presságio, conduzidas pela Polícia Civil de Santa Catarina, revelaram uma complexa engrenagem criminosa que teria sido montada dentro da Prefeitura de Florianópolis, especialmente na Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte.
O suposto esquema, segundo o relatório da Delegacia de Crimes Ambientais e Contra as Relações de Consumo (DCAC), era liderado pelo ex-vereador Ed Pereira (União Brasil) então secretário da pasta, e por sua companheira Samantha Santos Brose, que teria agido como presidente de fato do Instituto Bem Possível – entidade utilizada para desviar recursos públicos sob a fachada de projetos sociais.
Para esconder os verdadeiros beneficiários e dar aparência de legalidade às operações, o casal teria utilizado “testas de ferro” – pessoas que, embora não fossem os idealizadores do esquema, serviam como peças fundamentais para sua execução. Eles teriam assinado documentos, emitido notas fiscais falsas e operado transferências bancárias, muitas vezes sem exercer qualquer função real nos projetos públicos que diziam executar.
Entre os principais identificados pela investigação estão:
• Renê Raul Justino – Apontado como o operador financeiro da “caixinha” do grupo. Era responsável por reunir os valores desviados e repassar a Samantha. Também emitia notas fiscais frias e gerenciava informalmente parte da estrutura do Instituto Bem Possível. A Polícia destaca que ele agia com conhecimento integral do esquema.
• Gilliard Osmar dos Santos – Homem de confiança de Ed Pereira, foi beneficiado com repasses bancários diretos de empresários contratados pela prefeitura. Atuava como intermediário de recursos e figura-chave nas transferências de dinheiro entre os envolvidos.
• Guilherme Dias Pires – Servidor terceirizado na Secretaria de Turismo. Emitia notas fiscais em seu nome sem prestar os serviços descritos. Os valores recebidos eram repassados, conforme as ordens de Samantha, por meio de depósitos em espécie, transferências via PIX ou entregas manuais.
Esses operadores teriam atuado com a função de ocultar os verdadeiros destinatários dos recursos e evitar que Ed Pereira e Samantha Brose aparecessem formalmente nos contratos ou nas movimentações bancárias. O relatório da Polícia Civil aponta que os testas de ferro não eram vítimas, mas participantes conscientes de um esquema voltado ao desvio sistemático de dinheiro público que deveria financiar ações sociais para a população.
Veja a lista completa de indiciados da Operação Presságio
Abaixo, os nomes de quem já foi formalmente indiciado até o momento, com base no relatório da Polícia Civil:



Contrapontos
O espaço está aberto para manifestação de todas as defesas dos indiciados da Operação Presságio.