A trigésima quinta edição da ExpoSuper começa na terça-feira, dia 18 e segue até dia 20,
em Balneário Camboriú. No primeiro dia, o ex-ministro da Fazenda, Paulo Guedes, vai
mostrar sua visão sobre Tendências econômicas e de mercado.
Ao longo de todo o evento análises sobre outros temas importantes e contemporâneos
serão apresentados: inteligência artificial aplicada ao varejo, marketing, liderança, inovação
serão alguns destes tópicos.
A coluna entrevistou o presidente da Associação Catarinense de Supermercados,
Alexandre Simioni.
O setor de supermercados caminha cada vez mais para a utilização de tecnologias na ponta do consumidor, com automação, e outros dispositivos?
Alexandre Simioni – Alguns países desenvolveram mais o modelo de automação nas
lojas. E isso tem muito a ver com a cultura, o comportamento do povo. O impacto
sobre o cliente é muito grande.
Mas, há experiências sendo feitas aqui também
Simioni – Sim. Principalmente em lojas de tamanho menor. As empresas fazem isso
para mostrar seu pilar de tecnologia, mas não é o principal. A tecnologia é cara e
sem alto giro de mercadorias, fica inviável.
Então, as tecnologias cumprem outra função nos negócios?
Simioni – São ferramentas para facilitar a operação para se analisar dados, promover
ofertas, desenvolver o e-commerce e as vendas por delivery.
Isso significa tentar vender melhor para o teu cliente?
Simioni – A ideia é personalizar cada vez mais as vendas, ser mais assertivo e
atraente para os clientes.
Perdas de produtos sempre foram o grande problema para os empresários do setor. Como vê isso, atualmente?
Simioni – As perdas de produtos perecíveis são o grande gargalo dos negócios. Nos supermercados, as perdas podem representar de 1,8% a 2,5% faturamento. No atacado este percentual fica ao redor de 0,8% .Depende muito do tipo de negócio. Nos hortifruti a perda pode ser de 5 a 7%.
Os supermercados estão investindo muito. Novas lojas, novos municípios.
Simioni – Santa Catarina e Minas Gerais são os Estados mais competitivos. Aqui há muitos investimentos no litoral e na região Oeste. SC está muito “maduro”, com mercado bem consolidado.
E está concentrado em poucas redes. Há números dessa expansão?
Simioni – A expansão, naturalmente, se da muito mais pelas maiores redes. Koch, Passarela, tantos outros. Incluindo mercados pequenos nas cidades menores, este número deve passar de cem (100) novas unidades por ano. O setor supermercadista é o segundo maior em arrecadação de impostos para o
governo do Estado.
Quando a gente vai nos supermercados, sempre parece que os preços estão altos…
Simioni – Há produtos sensíveis a questões de clima. Em algumas categorias, a
inflação é mais alta. Também há outras percepções.
O que por exemplo?
Simioni – Atualmente, a oferta de produtos é maior e mais diversificada. Há mais opções. A diversidade de mercadorias aumentou. Hoje, o consumidor compra 25 itens, em média. Antes eram 20. Atratividade do ponto de venda, promoções induzem para a compra.
O setor continua em crescimento.
Simioni – A economia se estabilizou, mas não está “bombando”. O setor cresce 5 por
cento ao ano.
Em todos os segmentos, há queixas de falta de profissionais.
Simioni – No nosso setor não é diferente. Falta comprometimento. Temos que ser
líder, pai, mãe. Cada vez menos, as pessoas querem trabalhar nos fins de semana.