A praia (ainda) é o espaço de lazer mais democrático do país

Praia privativa

E assim, democrático e para todos, as praias devem continuar.

O projeto apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) é um deboche. Ao prever a transferência da União para Estados, municípios e, mesmo para pessoas físicas e empresas, dos terrenos de marinha, mais próximos da praia, joga para atender interesses econômicos da elite gananciosa, que quer ganhar mais e mais dinheiro sem se preocupar com nada e com ninguém.

A praia é de todos. A ideia de privatizar as praias é tão absurda, que nas redes sociais influenciadores de diferentes matizes ideológicos atacaram fortemente a proposta.

A tal ponto, que o filho do ex-presidente se viu obrigado a dizer que vai “deixar claro” num texto refeito, que “não se trata de privatizar” as praias.

Boa parte do nosso litoral já está suficientemente ocupado e adensado. Temos exemplos disso bem aqui no nosso Estado: Balneário Camboriú e Florianópolis estão aí para confirmar.

A gritaria generalizada contra o projeto bolsonarista deixa de ser apreciado – por enquanto – na Comissão de Constituição e Justiça – para seguir com análises na Comissão de Meio Ambiente.

Menos mal.

Claro que os especuladores vão, de alguma forma ou outra, insistir no assunto. Provavelmente por vias transversais. E, de preferência, num momento em que o Legislativo – especialmente a oposição e os influenciadores digitais – estejam distraídos com outros temas.

Dirão alguns que a intenção não é privatizar as praias. Apenas viabilizar empreendimentos de alto padrão e gerar renda, emprego e impostos.

Para usar uma palavra de bem antigamente, isso é absolutamente cândido!

E mesmo que, adiante, um novo texto de projeto estabeleça, claramente, que sempre haverá uma viela garantindo acesso de todos para as praias, uma pergunta se impõe: quem vai fiscalizar? Ou serão vielas com arame farpado?

Estamos na semana do Meio Ambiente. Que ele possa ser de todos por inteiro.





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