Atendimento a náufrago reforça situação emergencial na saúde de SC

A espera por um leito de UTI para um dos sobreviventes do naufrágio ocorrido sábado, no litoral Sul de Santa Catarina, mostrou mais uma vez a urgência pela resolução dos problemas que os hospitais públicos do Estado passam e que levou o governo a, decretar situação de emergência na sexta-feira.

Familiares do náufrago, chamado Deivid Luiz Monteiro Ferreira, afirmam que na manhã de segunda-feira, ele foi atendido no corredor do hospital Celso Ramos, em Florianópolis, e lá permaneceu em uma maca após mais de 48 horas à deriva no oceano.

Segundo a secretaria de Estado da Saúde, Deivid passou “imediatamente” pela sala de reanimação, onde foi verificado seu quadro clínico. Ainda na manhã, o governador Jorginho Mello afirmou que o pescador foi transferido para um quarto reservado e estaria recebendo apoio psicológico.

Sobre o naufrágio

O naufrágio do pesqueiro “Safadi Seif” ocorreu na noite de sexta-feira após condições adversas causadas por ciclone no mar catarinense. Deivid foi encontrado no domingo, agarrado a duas boias quando foi resgatado e, no helicóptero da marinha, levado ao batalhão do Corpo de Bombeiros, em Florianópolis. Dali, com o Samu, foi encaminhado ao hospital Celso Ramos.

No sábado, cinco dos oito desaparecidos foram localizados flutuando em uma pequena balsa a cerca de 190 km da costa – a distância da cabeceira da ponte Colombo Salles, em Florianópolis, à entrada de Criciúma, no Sul do Estado. Dois tripulantes ainda continuavam desaparecidos na tarde desta segunda-feira.

O que diz o governo do estado

Em nota à imprensa, o governo do estado também não confirmou a informação repassada pelos familiares do pescador. Diz, no entanto, que “ele está no quarto, acompanhado de familiares, recebendo atendimento psicológico devido ao quadro emocional, extremamente abalado”.

No meio da manhã, a secretaria da Saúde, por meio de sua assessoria, informou que Deivid havia sido transferido para um quarto e se alimentava por meio de sonda. Também foi acatado o pedido da família para que ele fosse transferido ao hospital Marieta Konder, em Itajaí – também superlotado.

Situação emergencial na Saúde

O governador Jorginho Mello (PL), em entrevista coletiva na manhã de hoje, disse que a situação emergencial na Saúde se deu pela situação “podre e dificuldades” dos hospitais de Florianópolis. No dia 20 de março deste ano, Jorginho havia decretado emergência na saúde pública pelo mesmo motivo. A condição teria sido agravada em decorrência das síndromes respiratórias e dengue que fizeram crescer a lotação dos hospitais públicos catarinenses.

O governador afirmou ainda que serão feitas adequações das infraestruturas prediais e os sistemas das redes de gases medicinais, assim como reestruturação das instalações elétricas, hidrossanitárias e de climatização.

– Juntou com o índice baixo de vacilação e isso tudo contribuiu para que as UTIs estejam lotadas, os hospitais de Santa Catarina. Decretamos para possamos dar tratamento rápido, contratar gente para tirar esse sufoco – disse Jorginho.

Ainda de acordo com a Saúde, mesmo com 46 leitos emergenciais abertos, a Gerência Estadual de Regulação de Internações Hospitalares registrou grande aumento na média de ocupação de leitos de UTI nos últimos meses.

Para a secretária Carmen Zanotto (Cidadania), o decreto agilizará a contratação de serviço, a aquisição de itens de reparo e obra de ampliação, e o custeio de medidas necessárias para recuperar, responder e restabelecer a normalidade da prestação dos serviços essenciais e de prevenção, controle e de contenção de riscos de danos e de agravos à saúde da população. O decreto está em vigor desde a datada da publicação, na última sexta-feira.

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