Jorginho Mello (Partido Liberal) é oficialmente o governador do Estado de Santa Catarina após ser empossado, junto à vice Marilisa Boehm (Pl), neste domingo. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e teve participação de figuras políticas catarinenses, além da imprensa e convidados.
Em discurso com tom político, Jorginho emendou os agradecimentos às lideranças presentes para afirmar admiração à classe política, a qual faz parte, e prega trabalho de integração entre os poderes para por em prática o plano de governo “aprovado nas urnas”.
– Tenho muito orgulho de ser político. Da classe política. Quero cumprimentar aqui os deputados estaduais, de quem vou precisar muito do trabalho, do prestígio de cada um. A gente tem muita coisa pra fazer e vamos fazer de forma coletiva, para que a essência da política prevaleça. Estarei aberto a ouvir e entender cada realidade. Como qualquer homem, tenho minhas convicções, preferências, valores. Mas como governador tenho o dever de ouvir absolutamente todos e defender os catarinenses em todas as situações. Isso é fazer política.
Segundo o governador, o projeto promulgado e autorizado pela maciça votação só será, de fato, confirmado quando for possível entregar à população os resultados trabalho.
– Os indicadores são muito importantes. Mas só quando os resultados são compartilhados com a imensa maioria. Enquanto eu falo, tem catarinense com dificuldade, doente, desempregado. Tem catarinense sem esperança. Esses só têm o braço do Estado por eles. Esse braço deve ser forte, acolhedor, inclusivo -.
Ao dizer quais os primeiros passos da gestão, Jorginho não deixou de alfinetar Carlos Moisés (Republicanos) que esteve na posse e tentou discursar, mas não conseguiu. O secretário da fazenda de Moisés, Paulo Eli, disse repetidamente no último mês que o Estado seria assumido com as contas no azul. Segundo Jorginho, este não é o caso.
– Por isso, eu quero começar o governo com muita transparência, muita austeridade, mostrando a real situação das contas – já que a realidade não é tão cor de rosa quanto pintam. Mostrarei isso ainda em janeiro, porque é a partir do diagnóstico que se sabe o remédio. E por falar em remédio, a saúde será a primeira área a ser atendida por este governo. Temos muito, muito mesmo a fazer.
Apesar do discurso agregador, Jorginho não deixou de se desvincular da imagem de Bolsonaro. Já no fim do discurso, o governador mencionou em tom de gratidão e sob aplausos a ideia do bolsonarismo, que elegeu diversos nomes para cargos em Santa Catarina na Alesc ou em Brasília, mas que viu triste fim para seu representante, o ex-presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal).
– Que todos os dias dos próximos quatro anos eu lembre de quem me colocou aqui. Para os apoiadores, a direita de Santa Catarina, a direita de Santa Catarina. Prometo dar o meu melhor nessa missão -.
Com o fim do documento, Jorginho se soltou e prometeu, aumentando a voz e aos murros na mesa, “fazer o melhor!” para o Estado ao qual fechou discurso declarando amor e deu a voz a Moacir Sopelsa (Mdb), que realizou sua última sessão e deve abandonar a vida pública após seis mandatos na Assembleia Legislativa. Emotivo, Sopelsa faltou em tom de despedida e relembrou da atuação como 1º secretário no período que Jorginho presidiu a Casa.
– Esta casa sempre procurou ser independente. Mas nunca esqueceu de que nós somos poderes independentes, mas temos o dever de sermos, entre poderes, harmônicos. Assim foi vossa excelência quando esteve aqui. Hoje, para mim, é um dia muito feliz. Quero desejar ao governador e a vice-governadora que vocês possam ter sucesso em nossos mandatos.
Logo após o evento, o governador deu entrevista à rádio Som Maior e anunciou a nomeação do agente prisional Jeferson Cardoso como secretário do Estado de Administração Prisional, numa forma de “prestígio à classe”.