Caso limitado à função de secretário de Estado da Infraestrutura em uma pasta já estruturada, o MDB não deve participar do governo Jorginho Mello (PL). É o que diz o líder do partido na Assembleia Legislativa Fernando Krelling. Segundo ele, o espaço não condiz com o tamanho do MDB – nem tampouco permite que a sigla, com mais de 100 prefeitos espalhados pelo Estado, dê suporte aos municípios com emedebistas eleitos.
Durante entrevista no quadro Plenário, da rádio Som Maior desta quinta-feira, Krelling afirmou que, após reunião ampla, com participação da executiva e dos ex-governadores Eduardo Pinho Moreira e Paulo Afonso, o partido aguarda manifestação de Jorginho – e uma reunião entre ele o presidente estadual Carlos Chiodini, para negociar a presença do MDB na base do governo e buscar consenso entre as partes.
– A ideia principal é que pudéssemos entrar no governo, mas com o tamanho que o MDB tem. Não necessariamente em espaços, mas também em projetos. Ano que vem temos uma eleição de prefeitos e temos que entender qual seria a ideia do governador Jorginho Mello com o MDB. Entrar por 6 votos na Assembleia, ou ter um projeto junto ao MDB? O presidente Chiodini, com o governador, acredito que pode ocorrer ainda nesta semana, para entendermos o que o Jorginho quer conosco. Já estamos fora do governo. Podemos ser base de governo, mas isso não quer dizer que ter participação nele.
Com a definição da estrutura de comando da secretaria estadual de Infraestrutura, caberia ao MDB apenas a cadeira de secretário, o que na visão do deputado, impossibilitaria a ação plena do partido na gestão.
– Botar apenas a cabeça do secretário não demonstra o interesse pelo MDB, apenas um interesse em ter uma vaga ao MDB em troca de seis votos. Por ser um partido com mais de 100 prefeitos, a participação se dá com maior atenção aos nossos municípios. Efetivamente, só com a secretaria de Infraestrutura, conseguiríamos dar o suporte que nossos municípios necessitam? Ficaria muito pequeno, muito pouco para o tamanho do partido. Digamos que um deputado assume o posto de secretário de Estado, mas sem autonomia, já com um pacote formado, fica difícil. É apenas fazer de conta que estaríamos no governo, sem alçada de apoio aos prefeitos.
Dessa forma, o partido almeja dar suporte às executivas como forma de arar terreno para as eleições de 2024 – que serão o termômetro para 2026, ano em que o MDB deve lançar nome para a disputa do governo do Estado.
– Acho importante o que o Cobalchini fez, pois precisamos ter nomes para o governo do Estado. Também o do Chiodini, o Antídio Lunelli, que é um grande nome do nosso partido. Ninguém é governador se não disser que tem vontade de ser governador. Mas tudo isso é muito cedo, temos uma eleição municipal em 2024 que, neste momento, é prioridade.