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27 de julho de 2024

Tragédia no RS mostra que sobra solidariedade, mas falta empatia. Por Paulo de Luca Santos

Paulo de Luca Santos escreve artigo sobre a necessidade de fugir dos debates rasos e conteúdos feitos para provocar polêmica nas redes sociais

Paulo de Luca Santos escreve artigo sobre a necessidade de fugir dos debates rasos e conteúdos feitos para provocar polêmica nas redes sociais em busca de um cenário político de mais respeito e união.

Mais uma vez o “universo” nos coloca diante de uma situação a qual nos unimos enquanto brasileiros numa onda de solidariedade. As redes sociais estão tomadas de conteúdos que vão de informações de como ajudar até noticias que vão sendo publicadas quase que simultaneamente aos fatos. Cada um de nós, a sua maneira tenta ajudar.

Falava-se que depois da pandemia do covid-19 o mundo seria outro. De que mundo falavam? Temos um problema “pandêmico” neste mundo chamado Brasil que nos distancia a cada dia de lembrarmos que antes de proteger falsos “messias”, e ai incluo todo agente político, precisamos lembrar de nos proteger como cidadãos antes de tudo.

São em catástrofes onde parece que por um momento, ou ate quando durar o acontecimento, que nos colocamos com as mãos estendidas para o outro e esquecemos das “brigas” nas redes sociais.  Vi um casal que passou horas em cima de entulhos até ser resgatado de helicóptero e que em momento algum pensou em estar com seus celulares postando matérias em defesa ou criticando este ou daquele. Mas com certeza estavam pensando quando chegaria o resgate.

A vida é frágil quando assistimos o horror que estão passando os gaúchos, dadas as proporções nós em tempos recentes passamos por isso. O Estado esta em alerta, um senhor de 61 anos foi encontrado morto dentro do carro que foi levado pelo rio em Ipira. Alguém já ouviu falar? Garanto que localidades como estas seguem alheias àquilo que nos divide a política de adoração.

Falta empatia

Mas seguimos separados por falta de empatia. Desastrosas atitudes de algumas autoridades com suas declarações, associado a um conjunto de ações que são um prato cheio para aqueles que só estavam procurando o momento certo para criarem os conteúdos que começam a voltar a inflamar ainda mais as torcidas, e por mais que ainda não superam os pedidos de ajuda e movimentos de união, já mostram o poder que tem em levantar debates rasos, os quais por ora não fazem sentido algum.

Voltaremos a não nos respeitar nas redes assim que os jornais deixarem de noticiar as chuvas no Rio Grande do Sul. Assim como lá e em tantos outros Estados que já sentiram a fúria da natureza, restará apenas a população local e aqueles que os representam para que juntos possam reconstruir o Estado. Promessas daqueles que a cada dois anos aparecem nunca deixaria de existir, mas sabemos como elas são. As deixemos de lado. Vamos acreditar no outro, mesmo que ele pense diferente.

Ai entra a empatia, o dialogo, o entendimento e quem sabe assim, seremos o começo a mudança na política que todos queremos e que precisa antes de tudo de respeito e união. Diferentes pensamentos nos levam a melhores soluções. Somos muito maiores que aqueles que nos querem separados. Minha solidariedade e empatia ao povo gaúcho, ao qual tenho enorme carinho ainda mais por ser a família da minha esposa toda de Bagé.


Paulo Corrêa de Luca Santos é escritor.

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