As medidas provisórias (MPs) que tratam da reforma administrativa no Poder Executivo, editadas pelo governador Jorginho Mello (PL) em fevereiro, entraram em tramitação na Assembleia Legislativa nesta terça-feira. Apesar de estar em vigor desde a entrega, somente agora é que os prazos para análise e apreciação começam a contar, conforme determina o Regimento Interno da Alesc.
A MP 257/2023, entregue pessoalmente pelo governador Jorginho Mello ao presidente da Alesc, Mauro de Nadal (MDB) em fevereiro, propõe alterações na Lei Complementar nº 741, de 2019, que dispõe sobre a estrutura organizacional básica e o modelo de gestão da Administração Pública Estadual, no âmbito do Poder Executivo – é o projeto original apresentado pelo governo. Já a MP 258/2023, editada no dia seguinte, alterou três pontos da MP 257/2023, entre eles a retirada da Secretária de Estado de Administração Prisional (SAP) do rol de órgãos que constituem a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), que foi recriada na reforma. A suposta subordinação de uma secretaria à outra gerou polêmica junto aos policiais penais.
A reforma administrativa proposta pelas duas MPs criou secretarias de Estado, trouxe volta pastas extintas na reforma administrativa do governo Carlos Moisés e alterou nomes de estruturas já existentes (veja em detalhes), com custo zero, segundo o governo. O justificativa é organizar a máquina pública, atrair mais investimentos ao Estado e entregar melhores resultados à população.
Com a entrada das MPs em tramitação, os prazos para a análise começam a contar. De acordo com o Regimento Interno da Alesc, as matérias terão sua admissibilidade apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Plenário da Alesc. Após a análise da admissibilidade, as duas MPs serão avaliadas por três comissões: CCJ, de Finanças e Tributação e de Trabalho, Administração e Serviço Público. Inicialmente, a previsão era de que o texto passasse por apenas uma comissão temática.
Em seguida, serão elaborados os projetos que convertem em lei as duas medidas, que serão votados em plenário pelos deputados. A Assembleia tem 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para analisar as MPs e transformá-las em lei.
Sobre a foto em destaque:
Governador Jorginho Mello entrega medida provisória ao presidente da Alesc, Mauro de Nadal, dia 23 de fevereiro. Foto: Eduardo Valente, Secom-SC.