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27 de julho de 2024

Tem um clima rolando. Por Giovana Mondardo

Giovana Mondardo escreve artigo sobre a necessidade de que Santa Catarina se prepare para a possível migração de pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Giovana Mondardo escreve artigo sobre a necessidade de que Santa Catarina se prepare para a possível migração de pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

As mudanças climáticas não são novidade no mundo. O conceito de refugiados climáticos também não. O Brasil tem uma das energias mais limpas do planeta. Em levantamento feito em janeiro deste ano, apontou que o nosso país é referência em energia renovável e sustentável na América Latina com cerca de 50% de nossa matriz energética e 88% de nossa matriz elétrica sendo limpa e sustentável.

Dito isso, as migrações climáticas sim, são novidade. E o impacto delas no Estado de Santa Catarina também. São quase 2 milhões de gaúchos atingidos pelas enchentes, 395 mil deles estão fora de suas casas, sem previsão de retorno. Há tempo que as políticas de assistência social têm falhado no país afora. Experimentados os erros, precisamos consertar e encontrar o melhor caminho.

Mudanças provisórias ou permanentes de famílias, resultante da destruição de cidades inteiras, devem estimular a criação de uma política estadual de desabrigados climáticos especialmente pensada para o Extremo Sul, que deve receber o maior número de migrantes climáticos.

No primeiro momento, acolher e atender as primeiras demandas: moradia, alimentação e acompanhamento psicológico. Num segundo ato, como estratégia, reestabelecimento da dignidade plena dessas pessoas que precisaram deixar seu Estado para trás: A construção de uma rede interdisciplinar, pensada nas condições de trabalho e de acesso à educação.

A partir disso possibilitar, portanto, que as possíveis mudanças nas matrizes econômicas dos municípios do Extremo Sul, pautada boa parte no turismo, se transformam e o combustível para solucionar a grande questão que nos assolará: aumento substancial de pessoas nas cidades (planejamentos necessários para novas construções de equipamentos públicos: UBSs, Hospitais, etc) e criar/ampliar políticas de habitação social/alugueis sociais, inicialmente.

Estamos falando de construir a vanguarda dos efeitos das mudanças climáticas que já afetou, afeta e afetará outros milhares de brasileiros. Caberá aos Estados do Sul a decisão de ser ainda mais solidário: utilizar as expertises das nossas universidades, das nossas tecnologias sociais, receber bem e melhor quem precisará sair de seu Estado e, finalmente, se tornar referência para o Brasil no que tange as migrações resultantes dos efeitos climáticos.


Giovana Mondardo (PCdoB) é vereadora em Criciúma.

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