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27 de julho de 2024

Temos um estado focado em inovação. Por Iomani Engelmann

Iomani Engelmann fala sobre tecnologia

Iomani Engelmann, presidente da Acate, avalia os avanços da presença da entidade em todas das regiões do Estado e na internacionalização da inovação produzida em Santa Catarina.

Quando assumi a presidência da Acate quatro anos atrás, um dos nossos maiores objetivos era integrar a entidade com todo o ecossistema de inovação em Santa Catarina. Era 2020, a pandemia estava no início, e sem dúvidas o mundo mudou muito de lá para cá, com efeitos que balançaram e impulsionaram ainda mais a tecnologia.

Mesmo em reuniões remotas e com dificuldades de contato presencial, fizemos o máximo para aproximar a Acate de cada região catarinense, de cada empresa pequena, média ou grande, e hoje podemos olhar para trás e dizer que iniciamos um grande caminho.

Nestes quatro anos como presidente, tive como objetivo levar a mensagem do “give back” para todo o setor, usando a tecnologia como instrumento de equidade social e geração de emprego e renda, que é algo que o setor pode proporcionar de mais nobre para todo o Brasil.

Foi um período de grande expansão e visibilidade para a Acate, conciliando projetos novos e outros que vieram das gestões anteriores. Essa expansão veio muito com o fortalecimento de polos regionais, que acelerou o processo de estadualização da entidade. 

Atualmente, dos mais de 1.715 associados Acate, onde 43% são de fora da Grande Florianópolis, e isso é uma enorme conquista, pois temos um Estado focado em inovação.

Com mais visibilidade, foi possível também alcançar um espaço inédito e muito importante junto ao Governo do Estado de Santa Catarina, com a criação da Secretaria de Tecnologia e Inovação.

Pela primeira vez na história temos uma secretaria dedicada a esse tema e, com isso, ganhamos uma proximidade com o governo estadual para sanar nossas dificuldades de profissionais qualificados, acesso a crédito, e modernizar incentivos fiscais para nossas indústrias usando a tecnologia como alavanca de inovação. Ampliamos ações internacionais, criamos uma estrutura no Canadá e temos pela frente o projeto de potencializar ainda mais as empresas catarinenses para fora do Brasil.

Internacionalizar a Acate e, consequentemente, o setor de tecnologia catarinense, aliás, foi uma das marcas dos últimos anos. Com a chegada ao Canadá, estamos proporcionando missões de empresários de Santa Catarina para o país e, também, comitivas canadenses para o nosso estado.

Indo ainda mais longe, em 2023 chegamos à Europa com a formalização de parceria com um hub de inovação em Colônia, na Alemanha, fornecendo aos nossos associados a chance de utilizar a estrutura moderna de um polo tecnológico europeu.

Essas conquistas foram possíveis graças à criação, em 2022, da pasta de Internacionalização dentro da Acate, que em pouco tempo já trouxe conexões com 10 países e possibilitou quase uma dezena de missões internacionais que mostram ao mundo o sucesso do polo de inovação catarinense.

Localmente, conseguimos expandir a incubadora MIDITEC, que conheci há 20 anos, quando incubei a minha empresa. Em parceria com o Sebrae, atualmente a metodologia MIDITEC foi implantada em outras 12 incubadoras do Estado.  Os números impressionam, com mais de 100 startups integrando a rede atualmente e mais de 300 apoiadas até hoje. Somente entre 2021 e 2023, mais de R$ 20 milhões foram captados pelas empresas incubadas. 

Ampliamos também o acesso ao fundo garantidor, um instrumento de garantia de crédito lançado na pandemia pela entidade e que, até hoje, já concedeu garantias para mais de 90 empresas associadas e com isso facilitou o acesso a mais de R$14 milhões em crédito. Temos também programas como o BRDE Labs, que apoia centenas de novas empresas, e o Jornada Startups, em parceria com o Sebrae Startups, que capacita negócios em desenvolvimento e fortalece ainda mais o ecossistema catarinense.

Com tudo isso, estamos democratizando o acesso à incubação, ampliando os programas de desenvolvimento em nosso portfólio e levando mais oportunidades para todas as regiões do estado, fortalecendo a ideia de que toda pessoa pode empreender de maneira igual em Santa Catarina.

São conquistas que ajudam a alavancar o setor, mas ainda existem grandes desafios pela frente. Há uma dificuldade em gerar estrutura de crédito para as nossas empresas, algo que o Brasil inteiro enfrenta hoje com uma escassez de investimentos, especialmente para empresas iniciais.

No entanto, o principal desafio segue sendo a busca por talentos. Um estudo feito no ano passado pela própria ACATE em parceria com o Instituto Mapa projetou a criação de 34 mil novos postos de trabalho na tecnologia em Santa Catarina até 2025. Alguns movimentos do setor arrefeceram o problema, mas olhando para o médio prazo acredito, inclusive, que a necessidade de profissionais qualificados para a tecnologia vai aumentar. 

A ACATE é um exemplo de governança e o nosso rito de sucessão é extremamente importante. Cada gestão tem seu estilo, sua autonomia, mas sem nunca esquecer dos valores de uma associação que trabalha em prol do coletivo. Agora é hora de renovação, com novos líderes, e eu irei passar para outro papel, o de ajudar a nova gestão com orientação em busca da continuidade dos trabalhos.

A diretoria que vai assumir terá um olhar especial para os relacionamentos, pois hoje a ACATE não fala apenas com Santa Catarina, mas também com órgãos federais. As demandas cresceram, a equipe deve crescer e existem grandes objetivos pela frente para que tenhamos cada vez mais um estado de fato empreendedor e inovador, agradecendo o que Santa Catarina nos dá e retribuindo com muito trabalho.


Iomani Engelmann é empresário e presidente da ACATE gestão 2020-2022 e 2022-2024.

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