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27 de julho de 2024

Como o governo se prepara para enfrentar os gargalos do Plano Carmen

A expectativa do governo do Estado é que a criação de um grupo de trabalho entre quatro pilares da Saúde em Santa Catarina seja a dose de óleo necessária para dar fluidez ao plano do governo de zerar a fila das cirurgias eletivas no período de seis meses após ser deflagrado. Em dois meses, 25% da meta de 105 mil cirurgias foi atingida. Em reunião entre a secretária de Estado da Saúde Carmen Zanotto (Cidadania), a Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC), a Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina (FEHOSC) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (COSEMS-SC), foi instalado um Grupo Técnico Hospitalar para avaliar a política hospitalar catarinense – incluindo nesta as cirurgias eletivas, assim como as dificuldades; gargalos e possíveis soluções para que chegue a resolutividade aos pacientes a tempo da promessa do Plano Carmen ser efetivada.

O grupo, criado para iniciar os trabalhos instituídos na portaria 227, de 3 de abril de 2023, teria a finalidade de avaliar, discutir e propor estratégias e ações para aprimoramento dos instrumentos contratuais e definição de critérios para repasses de recursos estaduais às instituições hospitalares prestadoras de serviços SUS, no âmbito do Estado de Santa Catarina, e também analisar os custos dos serviços hospitalares de acordo com as especificidades dos serviços.

Até o momento, 25% das 105 mil cirurgias previstas foram realizadas, sinalizando que a criação do Grupo pode fazer cumprir o plano em tempo menor do que o estipulado. Em entrevista ao quadro Plenário, da rádio Som Maior realizada na terça-feira, a secretária afirmou que a maior dificuldade do governo está em localizar os indivíduos – e que o auxílio do secretariado municipal é peça-chave para resolução.

– [Recomenda-se] buscar a unidade de saúde e pedindo para atualizar o contato telefônico, que muitas vezes é comum trocar o número de celular e com isso não conseguir localizar os pacientes, que é uma dificuldade que estamos enfrentando. Mas, com apoio dos 295 secretários de saúde e da rede hospitalar, a gente acredita que é possível fechar esse primeiro ciclo de seis meses com esses pacientes anteriores a 30 de janeiro de 2023.

A participação do COSEMS-SC, que associa os 295 secretários municipais de saúde, era prevista com a portaria lançada em abril. A partir de hoje, no entanto, é que o Conselho começará as avaliações das problemáticas que o plano engloba a nível municipal.

No entanto, apesar dos entraves, Carmen afirma que já foram localizados 855 pacientes oncológicos, que são os registrados de 2018 a 30 de janeiro de 2023 – uma semana antes do plano ser anunciado. Há urgência, assim, no atendimento prioritário a eles devido à natureza da doença.

– Nós sabemos que quem tem câncer não pode esperar e temos que agir rapidamente, pois quanto mais rápido você fechar o diagnóstico, pode mais rápido fazer a intervenção, quer seja cirúrgica ou da quimioterapia, ou da radioterapia. Cada regional de saúde, através das equipes de regulação junto aos municípios precisam fechar até hoje a localização desses pacientes até para sabermos se eles ainda têm condições de ser operados, se já foram operados e permaneceram na lista de cirurgias ou se lamentavelmente a clínica deles não permite mais a operação.

Uma das preocupações mapeadas pela AHESC, no entanto, está no custo operacional para desenvolvimento do plano de ação. Os valores, seja de suprimentos ao RH, estão vinculados à tabela SUS – que paga pouco em Santa Catarina.

Procurada pela reportagem, a Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina não se manifestou no momento, preferindo resguardar observações ao decorrer das análises.

Os valores, segundo a Saúde, foram convertidos em mais pacientes atendidos na alta complexidade – e ruma para a habilitação de mais especialidades para atendimento em hospitais do interior catarinense. Cerca de 20 mil pacientes aguardam cirurgias no quadril e coluna, além dos pacientes cardíacos. De acordo com a pasta, um hospital pediátrico cardiológico deve ser construído para abraçar a demanda das cirurgias infantis.

– Mafra já colocou o primeiro CDI, que é o primeiro marca-passo com desfibrilador, aquele que só era implantado aqui no Instituto de Cardiologia, em Florianópolis. Dois hospitais já fizeram o pedido, foram publicadas as portarias e estão autorizados. Na cardiologia, também já estão fazendo os procedimentos. Brusque, que antes só fazia cateterismo cardíaco por convênio, e não por habilitação, agora vai fazer toda a linha de cuidado desde a consulta cardiológica à cirurgia cardíaca. Jaraguá do Sul da mesma forma; e Concórdia. Então temos três novos serviços de cardiologia, que é alta complexidade no Estado, além dos serviços que já estão habilitados, mas estão ampliando sua capacidade.

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