As privatizações das rodovias estaduais e federais em Santa Catarina são uma opção para o problema da infraestrutura catarinense – apesar do orçamento federal destinado ao Estado estar numa alta histórica. A avaliação parte do deputado federal e presidente do MDB catarinense, Carlos Chiodini, em entrevista ao quadro Plenário, da rádio Som Maior nesta quinta-feira.
Segundo Chiodini, Santa Catarina é estimada como um dos únicos Estados da Federação em que um sistema de concessão de parte – ou da totalidade das rodovias federais e estaduais à iniciativa privada é factível. A ideia agradaria desde o ministro dos transportes, Renan Filho (MDB), ao governador Jorginho Mello (PL). Para defender a ideia, o parlamentar cita São Paulo, cuja malha rodoviária é 100% privada, e o Paraná, que executa o que classificou como “maior programa de concessões do Brasil”.
– O nosso Estado vizinho, o Paraná, está com o maior programa de concessões do brasil, que vai ocasionar algo em torno de R$ 55 bilhões em investimentos no Estado. O ministro Renan tem incentivado e nós seguimos nesse caminho, o próprio governador Jorginho já é simpático a isso, as federações, representantes do setor produtivo, do setor político. Nós percorremos o mesmo caminho. Até pelo risco de ver nosso vizinho pelo menos 30 anos na nossa frente em termos de infraestrutura, porque o projeto deles de concessão já está concluso. É um projeto diferente, em que o usuário vai pagar por quilômetro, com cobrança eletrônica. Entra junto as rodovias estaduais dessa determinada região. Vamos supor, no Sul de Santa Catarina, pega todas as SCs e todas as federais, criando um quadrilátero geográfico onde haverá manutenção constante dessas vias, investimentos, assim por diante. Estou confiante que Santa Catarina possa aderir a este programa.
Isso poderia fazer com que parte do recurso enviado a Santa Catarina seja empregado em demais soluções públicas. Chiodini se refere ao Estado como “esquecido” pela União ao longo de diferentes mandatos, ocasionando numa represagem de recursos que começam a chegar com maior vigor após a PEC da transição. Para o parlamentar, a razão é pela vinculação do “estouro” do teto de gastos com investimentos, principalmente na infraestrutura.
– O orçamento do DNIT nos últimos anos estava em torno de R$ 6 a 8 bilhões. Sendo que em 2013, chegou a ser de R$ 16 bilhões, sendo que a obra praticamente triplicou de preço neste período. Este ano, com esse reequilíbrio proporcionado pela PEC, conseguimos fazer um orçamento de R$ 22 bilhões. Estão sendo investidos em todo o Brasil, também em Santa Catarina, que sempre foi discriminada por todos os governos, de cores ideológicas possíveis. Somos o segundo estado que mais manda recursos a Brasília e 24º em retorno. Nós ficamos para trás. Mas agora tivemos várias obras dissipadas e licenciadas. Não existe um amor do governo federal que o faça mandar recursos a Santa Catarina, mas nossas obras, por estarem demorando tanto tempo, estão agora em seu respeito.
Até o momento, o orçamento recebido até maio, lembra o deputado, é maior do que a soma do repassado nos últimos três anos.