Faltando pouco mais de dez meses para o primeiro turno da eleição de 2026, muitas indefinições ainda estão no cenário. Mas, isso não é novidade em Santa Catarina. Em pleitos recentes, muitas chapas só tiveram o martelo batido na convenção.

De garantido mesmo como candidato a governador em 2026, até agora quando finda o ano de 2025, apenas o governador Jorginho Mello (PL), líder em todas as pesquisas, que buscará a sua reeleição. Mas, mesmo já tendo anunciado que seu vice será do MDB, sempre pairam dúvidas sobre a formação da chapa majoritária.
Se depender do MDB, o partido será o vice de Jorginho e o nome para essa vaga é do presidente da sigla, deputado federal Carlos Chiodini, hoje licenciado para ser o secretário de Estado da Agricultura. Pelo menos até agora, ele conseguiu convencer as principais lideranças emedebistas e já mira 2026 como candidato a vice. Falta apenas Jorginho bater o martelo.
Na composição ao Senado, parece que a chapa de Jorginho Mello caminha para uma definição. Apesar das resistências, Carlos Bolsonaro — que renunciou o cargo de vereador no Rio de Janeiro — fará dupla com Esperidião Amin (União Progressista). Carol de Toni, favorita nas pesquisas, deverá deixar o PL e concorrer pelo Novo.
E o PSD, será que é?
Mesmo com todos os movimentos que tem feito pela sua candidatura, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), às vezes lembra aquele shampoo de antigamente, o Denorex, cuja slogan era “parece mas não é”.Isso por que, sempre que alguém fala em sua candidatura, surge um para perguntar: será que ele é mesmo candidato?
Nas pesquisas de opinião publicada na imprensa ele aprece com índices entre 15% e 20% que não são ruins para um candidato de oposição, com o nome mais vinculado ao Oeste do Estado.
A história nos mostra que números em pesquisa quantitativa, nessa época, tem pouco valor. O eleitor vai decidir seu voto lá nas últimas semanas de campanha.
Nos últimos dias, vários movimentos têm sido feitos para consolidar a sua pré-candidatura. A ideia do PSD é afastar de vez essa indagação “será que ele é”. Rodrigues mesmo definiu o dia 23 de março de 2026 para renunciar o mandato como prefeito de Chapecó e entrar na cabeça da campanha.
Na semana passada, o presidente da Alesc, Júlio Garcia, sempre lembrado para compor de vice de Jorginho Mello, escanteando Rodrigues, procurou encerrar ao assunto, afirmando que será candidato a deputado federal, não será vice e o que PSD tem candidato ao Governo do Estado.
Se de um lado, Jorginho Mello trabalha para ter o MDB como vice e Esperidião Amin na chapa para o senador, Rodrigues —que já disse em entrevista que não queria o MDB consigo — voltou a piscar para os emedebistas e também para o União Progressistas, oferecendo espaços importantes na majoritária.
A consolidação da candidatura de João Rodrigues pode estar atrelada as questões nacionais. Se o PSD bancar o governador do Paraná, Ratinho Junior, à Presidência, indubitavelmente ele se fortalece e pode construir um palanque forte no estado.
E a frente de centro-esquerda?
Boa parte do PT sustenta que Décio Lima — hoje na presidência do Sebrae nacional — será candidato ao Governo, sonhando em repetir o feito de 2022, quando pela primeira chegou ao segundo turno.
Mas, liderança expressivas, como o próprio presidente estadual, Fabiano da Luz, não descartam a construção de uma frente de centro-esquerda, com um candidato que possa sair do PSB, cabendo a Lima a disputa para uma das vagas ao Senado.
Recentemente o nome do ex-senador Paulo Bauer, que desfiliou do PSDB, apareceu forte para liderar esse processo. Enfrenta algumas resistências, por sua ligação histórica com a direita e por ter ido às ruas pedir o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT). Ele próprio, em entrevista ao colunista Marco Aurélio Braga, negou que seja candidato.
Essa indefinição deve seguir até próximo das convenções. Se a frente for construída, o PT deverá abrir mão da cabeça de chapa para um candidato mais de centro e lançar Décio Lima ao Senado. Se isso não, provavelmente ele deverá ser candidato ao Governo do Estado.
Outra possibilidade muito clara, é que se essa frente realmente existir, deverá ter apenas PT, PSB e PDT e algum outro nanico, mas sem o PSOL que seguirá sozinho, abrindo outro palanque para Lula no Estado. O candidato deverá ser o vereador da Capital, Afrânio Bopré, que já concorreu ao Senado, em 2022, ficando de fora da chapa de centro-esquerda, liderada por Décio Lima e Dario Berger (PSB).






