Projeto para melhorar rodovia em colapso mobiliza empresários e sociedade civil

Quem esperava conhecer em detalhes o projeto do governo do Estado para aumentar a capacidade de tráfego da SC-401 saiu frustrado, nesta quarta-feira, 31, da reunião ampliada convocada pelo Ministério Público com o objetivo de discutir o colapso da rodovia.

A Secretaria de Estado de Infraestrutura apresentou uma proposta não finalizada – cerca de 45% concluída -, que prevê intervenções em 6,5 km, que vão do cemitério do Itacorubi ao acesso a Santo Antônio de Lisboa.

Inclui construção de terceira pista nos dois lados, ciclovias em ambos os sentidos e revitalização e instalação de cinco interseções, nos acessos ao João Paulo, Cemitério da Paz, Saco Grande, Cacupé e Açores. Também estão previstas três novas passarelas. É o projeto prévio que foi divulgado em primeira mão pela coluna em 15 de janeiro. A expectativa da Secretaria de Estado da Infraestrutura é de finalização do projeto em julho, para lançamento da licitação em seguida.

Será formada uma comissão, capitaneada pelo promotor Daniel Paladino, da 30a Promotoria de Justiça da Capital, para discutir ações que diminuam os gargalos da 401 e também para receber contribuições ao projeto de melhorias da via estadual mais movimentada do Estado. A próxima reunião será no prazo de um mês.

Todos os participantes falaram sobre a necessidade de ações efetivas que mudem o cenário atual da rodovia, que recebe cerca de 60 mil veículos por dia. O tenente-coronel Rafael Régis de Souza, comandante do 21o Batalhão da PM, disse que a melhora na SC-401 vai melhorar, por exemplo, o tempo de resposta diária no atendimento das ocorrências de trânsito e na repressão ao crime.

A defesa de investimento no transporte público foi quase unânime. Vice-presidente da Comissão de Mobilidade e Transporte da OABSC e advogado do Consórcio Fênix, Anderson Nazário, pediu prioridade aos ônibus. Reivindicação também de Egídio Martorano, gerente de Transporte e Logística da Fiesc. “Não se resolve o problema da mobilidade sem enfrentar a questão do transporte coletivo”, disse. Ele afirmou ainda que Florianópolis precisa fazer um “planejamento metropolitano”.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Júlio Geremias, destacou os reflexos econômicos causados pela falta de mobilidade na 401. Ele citou uma “queda importante no comércio do centro” pela dificuldade enfrentada no trajeto, com reflexos também nos negócios no Norte da Ilha de SC.

“A gente tira todo dia uma cidade de 60 mil pessoas e leva para outro lugar’, falou o secretário Michel Mittmann, de Planejamento e Inteligência Urbana. O debate, segundo ele, passa também por um modelo de cidade com mais centralidades, “bairros com mais vida e dinamismo próprio”.

Uma proposta de revitalização da SC-401 chegou a ser finalizada pela Infraestrutura estadual no ano passado, mas acabou não andando. A coluna teve acesso, no entanto, a um ofício, de 4 de novembro, em que a Diretoria de Projetos Rodoviários comunica a entrega do projeto para abertura de licitação. Compreendia o trecho entre o viaduto de acesso ao João Paulo e o Monte Verde, com orçamento da obra estimado em R$ 45,7 milhões, de acordo com o mês referência setembro 2022.
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Projeto que está sendo elaborado pela Secretaria de Infraestrutura foi apresentado por Sidnei Machado, coordenador regional. Foto: Cristiano Andujar, divulgação, MPSC

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