A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) muda o seu comando nesta quinta-feira, dia 29 de fevereiro. Deixa o cargo de presidente o joinvilense Sérgio Rodrigues Alves e chega ao posto o empresário Elson Otto, de Palmitos.
A seguir, leia entrevista com as duas lideranças.
Sergio Alves fala de desafios, de ações e expansão de atividades desenvolvidas ao longo do período 2021- 2024.
Quais são suas principais realizações no comando da federação?
Em primeiro lugar ter resgatado o protagonismo da Facisc como entidade voltada aos interesses dos seus associados. A FACISC tinha 14 soluções empresariais e agora oferece 44, com cobertura em todas as áreas. Promovemos capacitação, treinamento, intercâmbios, missões internacionais.
O senhor teve desafios importantes a superar…
O desafio inicial foi grande. Tivemos que disputar eleições internas. Na vida nada é fácil, não é? Um dos principais desafios: tive que ganhar a confiança da equipe interna da federação. Fazer com que acreditassem no que eu estava propondo. E que acreditassem que tínhamos potencial para fazer muito mais do que a gente vinha fazendo. Foi um grande desafio ir a todas as associações e pedir um voto de confiança. O resultado: ganhamos com 82% dos votos.
O que gostaria de ter feito, mas não conseguiu?
O que não foi possível, como eu esperava, foi investir um pouquinho mais em capacitação, em treinamento técnico para os associados. Nisso eu daria um foco porque a grande diferença é essa área de capacitação, de educação.
Quais foram as transformações da economia catarinense e dos negócios nestes ao longo destes anos?
No início peguei o período da COVID. Então, defendemos o não fechamento, a não paralisação das atividades econômicas. Também acho que como pegamos uma transição de governo, vimos uma economia não só em transição, mas uma economia que se fortaleceu, cresceu e se consolidou, com índices invejáveis no comparativo no cenário nacional. Temos como exemplos o pleno emprego e as exportações do agronegócio.
Na relação com a classe política, como avalia alegrias, decepções?
Sempre defendemos mais investimentos em infraestrutura. Defendemos, também as parcerias-publico-privadas, as PPPs, com maior nível de concessões.
Os incentivos fiscais…
Apoiamos cada vez mais a concessão de incentivos fiscais para atrair novos investimentos. Também defendemos nosso produtor rural, especialmente o leiteiro.
Tivemos uma grande conquista com a retomada da possibilidade da construção de uma segunda pista no aeroporto de Navegantes. Igualmente defendemos investimentos em desassoreamento dos canais de acesso aos portos de São Francisco do Sul, Itapoá e Itajaí.
Sempre fomos bem recebidos e atendidos, tanto no âmbito estadual, como federal.
O que o associativismo ensina?
Há um aprendizado importante: nao somos únicos. Temos sempre de estar unidos e somar esforços. O associativismo faz parte da minha vida.
Elson Otto assume a presidência da FACISC e define cinco prioridades. Na sequência, acompanhe as prioridades do líder empresarial.
Elson Otto é empresário de Palmitos, região Oeste do Estado. Atua no setor do varejo de cama,mesa e banho. Com longa vivência no meio associativismo, presidiu a associação comercial e industrial local, ocupou várias posições na FACISC e agora passa de vice-presidente a presidente da entidade empresarial.
Quais são suas prioridades?
Vamos atuar em cinco pilares: representatividade, integração e diálogo, capacitação, inovação e soluções e projetos.
Há bandeiras clássicas dos empresários. O que pensa a respeito?
A FACISC luta contra a alta carga tributária, por melhoria na infraestrutura. Esses são pontos primordiais para o desenvolvimento dos negócios.
Quais são os maiores desafios?
No Extremo-Oeste sabemos da necessidade de construção de ponte sobre o rio Uruguai. Outro exemplo: a Ferroeste, para a qual as associações empresariais se uniram a outras entidades e conseguiram levantar recursos para viabilizar o estudo de viabilidade da ferrovia.
Qual é a capilaridade da federação e pretende interiorizar mais a FACISC?
A FACISC reúne 149 associações empresariais e mais de 40 mil empresas associadas a elas. O nosso objetivo é estar presente em todos os 295 municípios de Santa Catarina até o ano de 2026. Hoje estamos em 258 cidades.
Como é a relação das lideranças empresariais da FACISC e da classe empresarial com a classe política na Assembléia e com o governo do Estado?
A relação é de confiança e de troca. Intensificamos, nos últimos três anos, a aproximação com o governo do Estado e com deputados estaduais, federais e senadores. Assim como temos uma voz única para reivindicar e olhar para o futuro e cobrar o que é preciso, também é necessário que tenhamos uma força única com iniciativas convergentes. Estamos aqui para trabalhar juntos por um Estado ainda melhor.