Operação investiga uso indevido de prerrogativas por advogados para facilitar da comunicação entre presos

Operação investiga uso indevido de prerrogativas por advogados para facilitar da comunicação entre presos

Na manhã de quinta-feira, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e o Grupo Estadual de Enfrentamento a Facções Criminosas (Gefac) deflagraram a Operação Balthus, em apoio à investigação conduzida pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joaçaba.

A operação é resultado de investigações que iniciaram há mais de um ano. Em consequência, o Gaeco cumpre, nesta quinta-feira, 11 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e três de suspensão cautelar do exercício da advocacia, expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Joaçaba.

A Operação Balthus recebeu esse nome em alusão a um tipo específico de nó de gravata, o “nó Balthus”. No linguajar prisional, “gravata” é o termo utilizado pelos detentos para se referir aos advogados. O nome da operação reflete diretamente o foco das investigações: advogados suspeitos de abusar de suas prerrogativas profissionais para facilitar a comunicação, ou – sintonia-, entre os presos.

Esse processo de comunicação coloca a sociedade em risco e promove o crescimento e avanço contínuo de organizações criminosas, principalmente porque tem se tornado um método eficaz para o funcionamento do sistema de comunicação entre criminosos, garantindo que as informações ilícitas permaneçam sendo transmitidas, por meio de advogados, entre eles e para terceiros.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Joaçaba, Capinzal, Ouro, Água Doce e Piratuba. Participam da operação dois Promotores de Justiça e 24  Policiais integrantes do GAECO, e 10  viaturas estão sendo empregadas na operação. A investigação segue em segredo de justiça a fim de evitar que eventual publicidade dificulte a identificação de outros possíveis envolvidos.

Gaeco e Gefac

O Gaeco é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.

O Gefac é um grupo composto por membros especializados do Ministério Público que tem o objetivo de promover o enfrentamento a facções criminosas e aos crimes praticados por seus integrantes, em casos de elevados grau de complexidade e gravidade.

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