Marquito escreve artigo sobre as recentes operações contra supostos esquemas de corrupção dentro da prefeitura de Florianópolis cobrando medidas do poder executivo.
Como manezinho e apaixonado por Floripa que sou, é com muita preocupação que observo a atual situação política e administrativa da nossa cidade. A corrupção, infelizmente, se instaurou nos corredores da Prefeitura de Florianópolis, deixando um rastro de desvio de recursos e de traição à confiança pública. O recente caso da prisão do ex-secretário de Turismo, Cultura e Esportes, Ed Pereira, que faz parte do círculo de confiança do atual prefeito, parece ser apenas a ponta do iceberg de um sistema que prioriza interesses próprios em detrimento dos anseios da nossa gente.
A sombra da corrupção paira sobre cada contrato assinado, cada centavo desviado, reforçando a ideia de que o problema não é pontual, mas sim estrutural na administração municipal.
Desde que assumiu a Prefeitura de Florianópolis, Topázio Neto já perdeu um procurador-geral por “muita pressão” e viu seu entorno passar por pelo menos três grandes operações policiais. A Operação Mercadores da Morte investigou a omissão da Prefeitura em um esquema de superfaturamento e cartel no ramo funerário municipal. Já a operação Mão Grande, que descobriu um esquema de propinas entre comissionados da Floram para liberação de obras na cidade, afastou um secretário, um secretário-adjunto, um assessor jurídico e a presidenta da Floram, além de culminar na prisão de um então chefe de fiscalização.
A última operação e talvez mais conhecida, Presságio, investiga contratos e licitações fraudulentos e desvio de dinheiro envolvendo agentes públicos do município, e já afastou dois secretários municipais, um diretor e um comissionado. Através da nova etapa da operação, que prendeu Ed Pereira e outros, descobrimos que o esquema era tão asqueroso que até dinheiro que estava destinado para apoiar crianças no espectro autista foi desviado. Cabe dizer ainda o mais grave: alguns afastamentos tiveram que ser feitos pela justiça, e não pelo próprio prefeito, o que beira o absurdo.
Paralelo a isso, nesta semana, saiu um relatório da Open Knowledge Brasil (OKBR) que coloca Floripa na 24a colocação no ranking que mede a transparência de dados sobre administração pública nas capitais brasileiras, sendo a pior do sul do país e estando entre as três piores do país.
O que me parece é que todo o discurso do prefeito sobre a criação de mecanismos anticorrupção na cidade mostrou-se apenas marketing e TikTok, como tem sido recorrente nessa gestão. É inaceitável que em pleno século 21 ainda estejamos lidando com casos de enriquecimento ilícito de políticos em detrimento do bem-estar da população.
Enquanto o atual prefeito tenta atribuir as acusações de corrupção à gestão anterior, do ex-prefeito Gean Loureiro, de quem ele era vice, as evidências apontam para uma continuidade dos problemas ao invés de uma efetiva mudança.
O resultado de toda essa roubalheira é sentida pela população. Obras inacabadas ou mal feitas, serviços públicos precários e infraestrutura deficiente são reflexos diretos da má administração e do desvio de verbas que deveriam ser investidas no bem comum.
Florianópolis merece mais do que uma gestão marcada pela corrupção e pela negligência. Precisamos de uma administração participativa, que valorize nossos recursos naturais, apresente planos efetivos para questões emergenciais como a crise climática, invista em projetos de moradia popular, priorize a saúde primária e fortaleça a educação básica. É possível construir um futuro melhor para nossa cidade, em uma gestão com integridade e compromisso com a sociedade.
É com esse compromisso de mudança e inversão de prioridades que nosso programa em movimento Floripa Mais Querida está nas ruas e nas redes, alcançando muita gente que tem me dito o que eu também penso: do jeito que está não dá mais para continuar. Isso também me motiva, diariamente, a construir não apenas a nossa pré-candidatura à Prefeitura, mas esse sentimento de um movimento amplo e que precisa de unidade para seguir se fortalecendo enquanto uma opção diferente de verdade para o nosso povo.
A população merece uma gestão transparente, ética e comprometida com o bem-estar de todos os cidadãos. Juntos, podemos construir uma cidade mais justa, próspera e digna para todos os seus habitantes. Florianópolis merece muito mais do que tem recebido até agora, e definitivamente precisamos que a Prefeitura pare de ser protagonista nas páginas policiais do jornal. Vamos juntos em busca de um futuro melhor para nossa cidade!
Marcos José de Abreu, o Marquito, é deputado estadual pelo PSOL/SC e pré-candidato a Prefeito de Florianópolis.