“Se ficarmos paradinhos, toda semana investidores virão para conversar e fazer investimentos no Estado”

A frase é do presidente da SCPar, o auditor fiscal Renato Lacerda. O profissional fez palestra na ExpoGestão e, aqui, o resumo de sua fala.

Boa parte dos Estados brasileiros e de países atuam por meio de agências de atração de investimentos para desenvolverem seus lugares com mais empreendimentos. Santa Catarina tem a SCPar.

Renato Lacerda – Há 10 mil agências de promoção de investimentos em todo o mundo. Depois de dez anos de “inexistência” foi (re)criada a Invest SC, neste ano. Santa Catarina é o segundo Estado mais competitivo do país, o terceiro em PIB per capita (R$ 58,4 mil).

O Estado possui programas de atração de investimentos, como Prodec, Proemprego.

Renato – Sim. Mas não é suficiente. Temos que ter um trabalho conjunto entre as variadas secretarias estaduais e órgãos que se relacionam com a questão de atração de investimentos. Isso estava disperso, sem coordenação. O governador Jorginho compreendeu isso e a SCPar começou este trabalho.

Recentemente, a multinacional coreana LG anunciou que vai construir fábrica no Estado do Paraná.

Renato – Sim. Perdemos essa. A LG visitou várias cidades da região Norte de Santa Catarina: Joinville, Araquari, Garuva… Santa Catarina perdeu no finalzinho. O governador do Paraná, Ratinho Junior, foi pessoalmente para a Coreia do Sul, levou um pacote pronto e bem detalhado sobre tudo o que o Paraná oferece. O Paraná tem uma agência de promoção de investimentos bem estruturada. É isso que vamos fazer aqui na SC Parcerias. A LG traria para cá tecnologias que não temos e também criaria mil empregos no nosso Estado.

No ranking dos Estados em atração de investimentos, qual é a situação?

Renato – São Paulo, Minas Gerais e Bahia são os três primeiros. Todos possuem agências de desenvolvimento próprias e em funcionamento.

O ex-governador Luiz Henrique da Silveira dizia que os portos são o coração da economia catarinense.

Renato – Sim. Exatamente. E o Estado criou programas para apoiar a vinda de empresas de outros países mediante regras que favorecem importadores e exportadores. O Prodec foi criado em 1998. O Proemprego em 2007. O Porto Itapoá surgiu em 2011. A BMW veio para Araquari em 2014, o grande case de sucesso. O governo do Estado administra os portos de São Francisco do Sul, Imbituba e Laguna (pesqueiro). Todos eles têm CNPJ próprios.

E como estão as negociações para trazer para cá novos negócios?

Renato – Vamos dar apoio a concessões, as parcerias-público – privadas, as PPPs. Mas, no geral, considerando o conjunto da economia, estamos com 14 projetos em carteira,dois projetos concluídos. Há poucos dias, anunciamos a vinda da chinesa TP Link para Joinville. Ela pode, no futuro, ser algo equivalente a BMW. Pode ser uma nova BMW.

Quais são os setores prioritários de interesse do Estado para atrair empresas novas para
cá?
Renato – Os setores estratégicos são: o agro, mas o agro em sua extensão mais ampla,
com biotechs, por exemplo. Também a área de saúde, com desenvolvimento e tecnologia, polo de fármacos. A indústria tradicional, metal mecânica e seu complexo todo. A área do turismo, com todas as potencialidades que temosSanta Catarina tem a BMW, a fábrica de motores da GM.

O setor automotivo está no radar?
Renato – O setor automotivo, sim, está. Com os carros elétricos. Há contatos com a China, com a Arabia Saudita, por exemplo. O grande competidor do Brasil é o México. Eles estão muito próximos do grande mercado norte-americano.

E no Brasil, quais são os maiores competidores?

    Renato – Certamente são o Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

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