Fúlvio Rosar Neto escreve artigo comparando os Planos Safra 23/24 e 24/25, destacando o aumento significativo nos investimentos e a ênfase na sustentabilidade e modernização do setor agrícola brasileiro.
O lançamento do Novo Plano Safra 24/25 sempre desperta curiosidade e expectativa, especialmente entre os produtores rurais e os que dependem da agricultura para seu sustento. Com a chegada do Plano 24/25, é hora de examinar o que há de novo e como ele se compara ao anterior, o Plano 23/24.
Antes de mergulharmos nas diferenças entre os dois planos, é importante destacar que ambos têm o mesmo objetivo principal: apoiar e fortalecer o agronegócio brasileiro. No entanto, cada novo plano traz ajustes e adaptações para enfrentar os desafios específicos que surgem ao longo do tempo.
Uma das diferenças mais perceptíveis entre os dois planos é a quantidade de recursos alocados para diferentes programas e iniciativas. O Plano Safra 24/25 marca um aumento significativo nos investimentos, refletindo um compromisso renovado com o crescimento sustentável e a modernização do setor agrícola.
Enquanto o Plano Safra 23/24 disponibilizou um crédito rural recorde de R$ 364,22 bilhões, o Plano Safra 24/25 vai além, com um crédito liberado de R$ 400,59 bi mais R$ 108 bi em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas de Produto Rural (CPR), totalizando R$ 508,59 bilhões para o desenvolvimento do agro nacional. Esse incremento substancial vai impulsionar ainda mais a produtividade e a competitividade do nosso agronegócio.
Além do aumento no crédito rural, o Plano Safra 24/25 também pode intensificar os investimentos em áreas como seguro agrícola, incentivos para a agricultura familiar, tecnologia e inovação. Essas medidas visam não apenas fortalecer a segurança financeira dos produtores, mas também promover práticas agrícolas sustentáveis e adaptáveis às mudanças climáticas, aspectos cada vez mais cruciais para o setor.
Uma tendência crescente nos Planos Safra mais recentes é a ênfase na sustentabilidade agrícola. Isso inclui medidas para promover práticas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente, conservação de recursos naturais, incentivo à produção orgânica e adoção de tecnologias sustentáveis.
O Plano Safra 24/25 traz ainda mais destaque para essas questões, refletindo a crescente preocupação com a preservação do meio ambiente e a busca por sistemas de produção mais sustentáveis.
É importante reconhecer que cada novo plano safra enfrenta desafios únicos, como condições climáticas imprevisíveis, diga-se de passagem, a tragédia lamentável que assolou nossos vizinhos Gaúchos e o desafio da reconstrução do estado, volatilidade dos preços das commodities agrícolas e questões relacionadas à infraestrutura e logística. Contudo, esses desafios também representam oportunidades para inovação e crescimento.
O Plano Safra 24/25 pode ser uma chance para o Brasil consolidar sua posição como líder global no setor agrícola, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios emergentes de forma proativa.
Em última análise, o sucesso de qualquer plano safra não está apenas nos números e nas políticas, mas sim na sua capacidade de impactar positivamente a vida dos agricultores, sejam eles de pequeno ou grande porte, e contribuir para o desenvolvimento sustentável do país como um todo.
O Plano Safra 24/25 representa uma nova etapa nessa jornada, uma oportunidade para aprender com o passado, enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais próspero e sustentável para o setor agrícola brasileiro.
Fúlvio Rosar Neto é superintendente Federal do Ministério da Agricultura em Santa Catarina.