Camilo Martins escreve artigo em que fala sobre importância da conclusão do Contorno Viário da Grande Florianópolis para a mobilidade urbana e desenvolvimento econômico da região, destacando a necessidade de continuidade em projetos de infraestrutura.
A entrega do Contorno Viário da Grande Florianópolis marca um ponto decisivo na história da mobilidade urbana em Santa Catarina. Porém, mais do que uma obra de infraestrutura, simboliza a importância da perseverança, do compromisso com a população e da necessidade de uma liderança ativa que não se intimida diante dos obstáculos.
O Contorno Viário deveria ter sido concluído há mais de uma década. Foram 12 longos anos de atrasos, promessas não cumpridas e, acima de tudo, prejuízos incalculáveis para a população. A paralisação das obras, que – se concluída no prazo – deveria ter sido um impulso para o desenvolvimento da região, acabou se tornando um fardo, afetando o dia a dia dos cidadãos, o tráfego na BR-101 e a economia local. Esse atraso refletiu-se em horas a mais no trânsito, perda de produtividade, acidentes e no crescente desgaste de todos aqueles que dependiam de uma solução viável para a mobilidade na região.
Diante desse cenário, minha atuação firme e determinada, ainda como prefeito de Palhoça, foi crucial. Foi necessário ir além das críticas e das palavras: ingressei com uma ação judicial na Justiça Federal para garantir a retomada das obras. Esse foi um passo essencial para que o projeto saísse da inércia e voltasse a ter prazos claros, acompanhados de multas que assegurassem a seriedade na entrega da obra. A judicialização do tema foi uma medida extrema, mas necessária para garantir que o compromisso com a população fosse honrado.
O impacto dessa luta na vida das pessoas é inegável. A conclusão do Contorno Viário significa, para muitos, menos tempo no trânsito, maior segurança nas estradas, e, sobretudo, uma melhora significativa na qualidade de vida. Além disso, com a entrega do Contorno, nossa região se consolida como o maior centro logístico do Sul do país, tanto pela localização estratégica quanto pela infraestrutura que agora se torna realidade. Isso representa uma nova era para o desenvolvimento econômico local, com a região se tornando um polo de distribuição de mercadorias, o que certamente atrairá novos investimentos e gerará mais empregos.
A mobilidade urbana não é apenas uma questão de infraestrutura; ela se reflete diretamente na rotina das pessoas, no tempo que passam com suas famílias, no acesso a serviços de saúde e educação, e na própria economia local, que ganha novo fôlego com uma logística mais eficiente.
Além disso, a conclusão dessa obra traz uma mensagem poderosa: a de que a sociedade não deve se acomodar frente a atrasos e descasos. A luta pela conclusão do Contorno Viário demonstra que é possível, sim, cobrar prazos e exigir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados. A atuação política, nesse sentido, mostra-se como uma ferramenta essencial para a defesa do interesse público, garantindo que obras fundamentais não fiquem à mercê de burocracias ou da falta de comprometimento.
Entretanto, a luta não termina aqui. O Contorno Viário é apenas uma parte de um projeto maior de mobilidade que ainda requer atenção e dedicação. A necessidade de duplicação da BR-282 é outra demanda crítica que precisa ser abordada com urgência, além do projeto do túnel do Morro dos Cavalos e a implementação de um transporte público mais eficiente, com corredores exclusivos. É fundamental que a mesma força e determinação que levaram à conclusão do Contorno Viário sejam aplicadas na continuidade dessas lutas.
O que aprendemos com essa trajetória é que a mobilidade urbana de qualidade não é um luxo, mas uma necessidade básica que impacta diretamente a vida de todos. Cada avanço nessa área representa uma conquista coletiva, fruto da determinação em fazer valer os direitos da população. É com esse espírito que devemos continuar trabalhando, garantindo que as próximas gerações possam viver em uma cidade mais justa, organizada e eficiente.
Camilo Martins (Podemos) é deputado estadual por Santa Catarina.