Nosso colunista Cláudio Loetz não é candidato, mas também está em campanha. A partir de desta quarta-feira, dia 4 de setembro, a Campanha do Loetz vai abordar a necessidade de parques público em Joinville em uma série de textos sobre essa demanda, a forma como é tratada pelos candidatos a prefeito e os exemplos de outras cidades.
Joinville é uma cidade de trabalho. Forjada na era industrial, com absoluta predominância do conceito weberiano de que o trabalho deve prevalecer sobre todo o resto.
Não está de todo errado. Sem esforço coletivo e sem trabalho, as sociedades não evoluem. E Joinville é um exemplo de trabalho coletivo bem sucedido.
Ao longo de sua história desenvolveu-se no rastro de histórias de sucesso de empreendedores e de empenho de seus trabalhadores.
Se as indústrias criadas no município cresceram e, muitas delas são líderes nacionais em seus segmentos, nenhum de seus líderes políticos, até hoje, teve interesse em prover lazer para a população.
A expansão populacional de Joinville, especialmente a partir das década de 1960 em diante, acendeu uma luz.
Os grandes industriais entenderam, na década de 1970 em diante, que era necessário dar a oportunidade dos seus trabalhadores terem algum respiro e diversão nos fins de semana.
Aí surgiram as sociedades esportivas e recreativas em espaços das próprias indústrias. Estes locais foram criados para que os trabalhadores e suas famílias pudessem descontrair por algumas horas, antes de retornarem ao batente na segunda-feira.
As recreativas eram – e ainda são – ambientes para prática de esportes, confraternização, e de gastronomia. Mas, claro, todas elas sob o silencioso comando psicológico das próprias empresas. Aliás, os frequentadores se referem a estes ambientes como recreativa de determinada empresa.
Sim, são pertencentes a indústrias, como Tupy, Consul/Whirlpool, Embraco, Dohler, Schulz, entre tantas outras que surgiram com o passar dos anos.
A SER Tigre era uma das mais conhecidas e frequentadas da cidade. Não existe mais ali no bairro Anita Garibaldi. Deu lugar a um empreendimento grandioso, o projeto arquitetônico-urbanistico “Cidade das Águas”. Uma iniciativa pensada para conceber a criação de um “bairro planejado” para melhorar a qualidade de vida da parcela afortunada dos joinvilenses que irão morar e utilizar as estruturas a serem seguidas neste espaço.
Atualmente, Joinville tem mais de 620 mil habitantes. E nenhum parque público digno desse nome, com as condições mínimas de lazer , diversão, gastronomia e segurança requeridos.
Dirão os mais apressados que há, sim, o Parque Caieiras…
Dirão outros, que há parques em regiões em bairros mais próximos ao centro – o Parque da Cidade, o Parque das Águas…
Calma. Evidentemente, o Caieiras não oferece o que famílias desejam para usufruírem, com calma e segurança, o que ele pode dar.
O Parque Natural Caieiras, localizado no extremo leste do município, no bairro Ademar Garcia, foi criado para se garantir a preservação daquela área colada a manguezais. E, por essa razão, precisa ser conservada.
Quanto aos outros espaços citados, claramente não são parques na acepção correta da palavra.
São praças públicas, que ganharam nome de parque. Muito provavelmente num ato falho dos gestores, eles mesmos querendo dar uma satisfação a situação próprios para aquilo que inexiste em Joinville: parques públicos dignos só nome.
Arte em destaque: Galvão Bertazzi.