Alysson de Andrade escreve artigo sobre o único corredor rodoviário que conecta o Oeste ao Litoral catarinense é a BR-282. A história dessa rodovia federal teve início na Serra, ainda no século XVIII. Na época, o território que hoje abriga a cidade de Lages já era um importante centro de pecuária.
A BR-282 foi concebida como um ícone da integração política, econômica e cultural de Santa Catarina. Os primeiros quilômetros foram asfaltados no final dos anos 1950, em Xaxim e Joaçaba.
Entretanto, as obras na rodovia só foram concluídas em 2010, quando o DNIT finalizou a ligação entre a região Oeste e a cidade de Lages, além do trecho entre São Miguel do Oeste e Paraíso.
Atuar como fiscal no último trecho e conectar as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, em Florianópolis, à Argentina foi um marco significativo na minha carreira, trazendo o sentimento de dever cumprido em participar da conclusão da pavimentação da maior rodovia do Estado.
Apesar da euforia, não se pode presumir que a infraestrutura de transportes do Oeste catarinense esteja adequada para suprir suas necessidades logísticas. A agroindústria cresce exponencialmente e novos projetos são essenciais para recuperar a conectividade afetada pela intensa movimentação de cargas, serviços e pessoas ao longo da BR-282/SC.
Na última semana, o DNIT iniciou a concretização de uma carteira de projetos ajustada às necessidades socioeconômicas do Estado. O resgate dos níveis de serviço do principal corredor de integração de Santa Catarina passa a tomar nova forma com a assinatura da ordem de início dos serviços para a elaboração de estudos e projetos de engenharia para a duplicação da BR-282, no segmento entre Irani e Chapecó.
Embora ainda esteja no papel, este é um passo crucial em uma grande obra de engenharia. A ausência de projetos resulta em uma falta de perspectiva para os gestores. De um modo geral, a administração pública no país precisa priorizar a ampliação da capacidade desses grandes corredores, sob o risco de os usuários enfrentarem dificuldades com políticas públicas localizadas e pouco focadas em projetos estruturantes.
Por isso, optamos por realizar um investimento pesado em projetos nos últimos dois anos. A exemplo da BR-470, a autarquia federal está contratando, por meio de dois editais, projetos para duplicar toda a rodovia BR-282, desde Palhoça até São Miguel do Oeste. O segundo edital, que compreende o trecho entre Lages e o Extremo Oeste, está mais avançado, permitindo que o DNIT priorize este segmento.
Esses projetos para obras a longo prazo não eliminam outras ações em segmentos críticos do nosso principal corredor logístico. A curto e médio prazo, encontram-se em andamento projetos importantes, como o contorno em Santo Amaro da Imperatriz, terceiras faixas, marginais, entre outras iniciativas que estão sendo projetadas em harmonia com os segmentos em duplicação da BR-282/SC.
Finalmente, nossa estratégia de retomar grandes projetos, no momento em que nos aproximamos da conclusão de obras que se estendem há anos, permite estabelecer uma transição de carteira capaz de capturar novos recursos públicos federais, além de manter Santa Catarina como um Estado protagonista em obras de construção no Ministério dos Transportes.
Trabalhar em prol da mobilidade, segurança e conforto dos usuários da maior rodovia do Estado é uma missão que estabelecemos para os próximos anos no DNIT, priorizando a reconexão de segmentos específicos, como a duplicação da BR-282, no trecho entre a BR-153 e a BR-480. Este planejamento permitirá recepcionar orçamento de forma gradual, minimizando o número de obras inacabadas, decorrentes de atrasos e interferências inerentes à falta de maturidade de projetos.
Alysson de Andrade é superintendente do DNIT em Santa Catarina.