Coluna do Loetz: O impacto da redução de jornada e as mudanças em Joinville

Debate sobre redução de jornada de trabalho é essencial

A Proposta de Emenda Constitucional para reduzir a jornada de trabalho semanal para até 36 horas altera o artigo sétimo da Constituição Federal. No texto consta:

“A duração do trabalho semanal não superior a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.”

No artigo segundo do documento, lê-se:

“A emenda entra em vigor 360 dias após a data de sua publicação.”

Partindo do texto da PEC, algumas reflexões são pertinentes.

A primeira observação é que, caso aprovada, a PEC terá validade jurídica apenas um ano depois de ser sancionada pelo presidente da República. Isso cria um período de adaptação para os diferentes segmentos econômicos, desmistificando a ideia de que a mudança seria imediata.

Argumentos a favor da PEC:

  1. O trabalhador terá mais tempo para convívio familiar.
  2. Aumento do tempo para lazer e descanso.
  3. Melhora da saúde mental do trabalhador, com diminuição do estresse e redução de doenças profissionais.
  4. Maior possibilidade de praticar o ócio criativo, conceito amplamente debatido pelo sociólogo italiano Domenico Di Mais.
  5. Potencial aumento da felicidade das pessoas, o que pode impulsionar a produtividade.

Argumentos contrários, levantados por empresários:

  1. Empresas teriam aumento de custos.
  2. Necessidade de contratar mais trabalhadores em alguns setores.
  3. Ajustes nos modelos de gestão seriam inevitáveis.
  4. Possibilidade de redução de lucros.
  5. Riscos de queda na produtividade e falta de produtos no mercado devido à dificuldade de novas contratações em tempos de pleno emprego.

Ambas as visões têm pontos defensáveis, tornando o debate necessário.

Um olhar histórico sobre mudanças trabalhistas

No Brasil, grandes transformações no trabalho ocorreram em momentos de pressão social e mudança econômica. O fim da escravidão, por exemplo, veio com a junção da pressão abolicionista e a percepção de que o modelo escravista já não era sustentável.

Na década de 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), implantada por Getúlio Vargas, enfrentou críticas iniciais, mas trouxe marcos regulatórios que ainda moldam as relações trabalhistas.

Atualmente, a sociedade demanda um novo modelo. A geração Z, em particular, não aceita condições consideradas normais pelas gerações anteriores. Movimentos como o Vida Além do Trabalho (VAT) impulsionam essa discussão, enfatizando a busca por equilíbrio entre tecnologia e qualidade de vida.

A redução da jornada semanal não significaria o fim do capitalismo ou prejuízo irreversível para as elites empresariais. Pelo contrário, pode representar uma evolução para adequar o Brasil às práticas globais e garantir competitividade internacional.

Mudanças em empresas de Joinville

  • Schulz: O ex-diretor Bruno Salmeron agora é CEO da Tecnofibras. Ele deixa o setor de autopeças para assumir uma posição executiva no setor plástico.
  • Tigre:
  • Rafael Laskier assume a diretoria de Transformação e Projetos Estratégicos. Com passagens pela Vale, Tupy e Embratel, ele se reportará diretamente ao CEO Luis Felipe Dau.
  • Juliano Pereira assume a diretoria de Pessoas, Sustentabilidade e Comunicação. Ele traz experiência em empresas como Stora Enso, Usina Coruripe e Vibra Foods.

Expansão do setor supermercadista em Joinville

Três grandes redes de supermercados ampliam sua presença na cidade:

Angeloni anuncia uma nova loja no Centro da cidade, com abertura ainda neste mês.

Rede Koch e Grupo Pereira (Fort) inauguram unidades no bairro Vila Nova, na mesma semana.

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