Marcos Vieira, eleito 5 vezes Deputado Estadual por Santa Catarina, é Presidente da Comissão de Finanças da ALESC, Presidente Estadual do PSDB e vice-Presidente Nacional do partido. Defensor do protagonismo tucano no cenário nacional e estadual, destaca a importância de candidaturas próprias à presidência e ao governo de SC em 2026. Criticando a paralisia na mobilidade catarinense, propõe o “jeito tucano de governar”, com foco em grandes obras e desenvolvimento, colocando seu nome à disposição para disputar o governo em 2026.
Deputado Marcos, o senhor está lançando o seu nome como pré-candidato a governador. O que significa uma candidatura a governador, já com cinco mandatos de deputado estadual, no momento que o PSDB vive seu momento de maior fragilidade em Santa Catarina na história recente?
É necessário. O PSDB de Santa Catarina tem que voltar a ser protagonista. Da mesma forma, o PSDB nacional. Nós cometemos alguns erros, alguns equívocos, que fez com que o partido tivesse uma série de baixas. Eu vou citar aqui, por exemplo, em 2022, o PSDB cometeu um dos grandes erros da sua história de não ter lançado candidato à presidência da República.
O PSDB é considerado um partido nacional. Ele disputou todas as eleições presidenciais após a implantação do período pós-ditadura, disputando eleições, ganhando eleições, perdendo eleições, mas o PSDB sempre disputou, à exceção de 2022. E ali, causou um grande problema.
Nós sofremos um grande revés no Brasil e, por consequência, nos estados e nos municípios. Perdemos liderança? É verdade, não vou tampar o sol com a peneira, mas também no último ano nós agregamos duas mil novas filiações partidárias em Santa Catarina e também trouxemos para o partido outras importantes lideranças. não logramos êxito em Florianópolis, mas tivemos Dário Berger candidato a prefeito aqui em Florianópolis.
Ganhamos municípios importantes, inclusive na região do próprio governador. Assumir a presidência do partido, junto com os companheiros e nós todos de forma conjunta,estamos trabalhando para, primeiro, estabilizar o PSDB, que foi feito. Estancamos a sangria, entramos na eleição com 17 prefeitos e saímos com 13 eleitos.
O PSDB está estabilizado. Agora, a tendência é voltar a crescer. E para voltar a crescer, nós construímos uma ótima chapa de candidatos a deputado estadual e deputado federal.
Mas para que isso possa acontecer, nós precisamos dar um passo ainda maior. Colocar o PSDB num patamar superior, que é o de ter a sua candidatura a governador de Santa Catarina, exigindo também a contrapartida do diretório nacional para que lance um candidato à presidência da República. E coloquei a menor disposição, é verdade.
A ideia é que uma candidatura sua, casada com uma candidatura de Eduardo Leite à presidência?
Sim, com certeza absoluta. É o nosso candidato, muito preparado. Eduardo Leite é uma pessoa extremamente preparada. Tirou no seu primeiro mandato o Rio Grande do Sul do buraco financeiro que se encontrava e está tirando agora, no segundo mandato, o Rio Grande do Sul daquele caos climático que sofreu. Mas Santa Catarina é, hoje, o quarto maior partido de filiação partidária de Santa Catarina.
Hoje, em termos de Brasil e PSDB, é o terceiro partido com maior número de filiações partidárias. Atrás somente de São Paulo e de Minas Gerais. Mas nós temos bons quadros.Nós já administramos Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Joinville, Blumenau, Rio do Sul. As mais importantes cidades de Santa Catarina o PSDB já administrou. Nós temos o jeito tucano de administrar. E nós conhecemos a realidade do Estado. Então o meu nome vai estar, sim, à disposição do partido para concorrer ao governador do Estado em Santa Catarina em 2026.
Qual é o caminho do PSDB? Como eu falava antes, muita gente à direita entende que o PSDB é de esquerda. E gente à esquerda entende que o PSDB é de direita. Onde é que vai o PSDB?
O PSDB nasceu no Congresso Nacional, em 1988, numa dissidência do MDB. Mas é baseado na social-democracia alemã. Então o PSDB nasceu centro-esquerda.
Mas ao longo do tempo o PT foi se tornando o nosso maior opositor, o nosso maior adversário. E o PSDB então migrou para o centro. Mas em razão de algumas alianças, inclusive na primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB aliou-se com o centro-direita.
Então foi considerado, na época, um partido centro-direita. Mas o PSDB é um partido de centro hoje. Eu sou um deputado de centro.
Eu trabalho pela convergência, pela unidade, pela conversa, pelo acordo. Eu trabalho nesse sentido. Eu não sou do extremo.
Os extremos só trazem prejuízo para o Brasil e todo mundo está vendo isso hoje.O Brasil está extremamente dividido. Nós precisamos resgatar essa unidade da família brasileira.
Como é que o senhor se apresenta? Marcos Vieira vai para uma disputa majoritária pela primeira vez. O que tem a oferecer ao povo catarinense?
Eu quero uma chance. Eu conheço os 295 municípios mais de uma vez. Inclusive, praticamente, tenho um livro escrito de cada município. Nós fizemos esse trabalho de 2016, 2017 e para 2018. Eu já ia para a majoritária em 2018. Mas, como era o presidente do partido e nós tínhamos dois outros candidatos, eu preferi abrir mão.
Eu quero oferecer à população catarinense uma outra opção para que possamos avançar cada vez mais no desenvolvimento. Um dos grandes problemas hoje é a mobilidade. Está um caos.
Não só nas BRs ou nos estados mais, mas no centro das cidades. Tem que ter uma parceria entre o Governo do Estado e municípios. Em especial, os grandes centros metropolitanos.
Região metropolitana da Grande Florianópolis, Joinville, Blumenau, Criciúma, Chapecó, Lages. Tem que ter essa parceria. O Governo do Estado tem dinheiro, e tem bastante dinheiro.
Digo reiterado às vezes, e peço que o governador tire o pé do freio e põe o pé no acelerador. É esse modelo que o PSDB quer implantar em Santa Catarina. O modo tucano de governar.
Ou seja, com dinheiro em caixa, fazer as grandes e necessárias obras para resolver problemas que a população tanto exige.
O que eu queria apontar, o Sr. Jorginho Mello foi seu colega de partido por muito tempo. Ele foi tucano, sempre que saiu. O que o senhor faria diferente?
Pé no acelerador. Mobilidade. Santa Catarina precisa de rodovias e ferrovias para escoar a produção.
O governo está parado?
O governo está com o pé no freio. Precisa botar o pé no acelerador.