Um dos maiores nomes da música brasileira está de volta a Florianópolis. A cantora Alcione será uma das atrações principais do Festival Arvo, que acontece na próxima quinta-feira, 1º de maio, em Canasvieiras, no norte da Ilha, reunindo artistas de todo o país.
Em entrevista exclusiva à Ponte Cultural, a artista falou sobre a expectativa para o show na capital catarinense, refletiu sobre os 50 anos de carreira, o carinho das novas gerações e sua trajetória como símbolo de força e representatividade.
“O público catarinense sempre foi muito carinhoso conosco e estou extremamente feliz por participar de um Festival com tantos artistas queridos e talentosos”, disse Alcione, que promete um repertório cheio de sucessos e novidades que integrarão o próximo álbum, com lançamento previsto para maio.
Ponte Cultural – Alcione, como está sua expectativa para o show em Floripa e o reencontro com o público catarinense?
“A expectativa é fazer um espetáculo interativo, ver todo mundo cantando com a gente, conforme geralmente acontece. O público catarinense sempre foi muito carinhoso conosco e estou extremamente feliz por ter sido convidada para participar de um Festival que tem um elenco com tantos artistas queridos e talentosos. Os fãs podem esperar um show repleto de hits e, também, canções que farão parte do álbum que estarei lançando em maio.”
50 anos de história e um público que se renova
Ponte Cultural – Você acaba de completar 50 anos de carreira, e o que chama atenção é como o seu público se renova. Como é para você ver tantos jovens acompanhando sua música?
“Sempre sonhei em viver do canto, do ofício de cantar. Mas nunca poderia imaginar que chegaria a esses 50 anos de trajetória ainda contando com o carinho de gerações e mais gerações de fãs que me acompanham até hoje. Só tenho a agradecer a Deus e ao público porque, sem eles, jamais estaria aonde cheguei. Quanto às gerações mais jovens, muitos chegaram por conta dos pais serem meus fãs. Eles cresceram ouvindo Alcione em casa, acompanhando seus pais aos meus shows. E é claro que fico imensamente feliz ao ver a juventude não só nos meus espetáculos, mas também nos shows de outros artistas relevantes para a música brasileira.”
A loba que inspirou gerações de mulheres
Ponte Cultural – Sua trajetória é marcada por autenticidade e força. O que você acredita que tenha trazido de mais especial para a música brasileira?
“Obrigada pelos elogios… Não sei se trouxe algo inovador para a música brasileira, mas sempre procurei ser eu mesma, cantar a minha verdade, o que gosto e acredito. Além disso, em minha juventude no Maranhão, ouvíamos de tudo. Do samba ao bolero, da música romântica à jovem guarda. E também a música internacional. Naquela época, as rádios tocavam de tudo… música francesa, americana, italiana. E havia as divas do jazz! Sem dúvida, todas essas influências foram importantes na minha formação.”
Ponte Cultural – Uma de suas músicas mais icônicas, “A Loba”, virou uma espécie de símbolo de mulheres fortes. Você já tinha essa consciência do quanto sua música empodera?
“Quando ouvi ‘A Loba’ pela primeira vez, eu disse: essa sou eu! E acho que existe muito dessa loba em nós, mulheres. Talvez venha daí essa identificação. Além disso, desde cedo, aprendi com meus pais a ter autoestima e que ninguém era melhor do que ninguém, independentemente de sua raça, sexo ou classe social. Também aprendemos que nunca deveríamos depender de homem nenhum, deveríamos sim é prezar pela nossa independência. Esses conselhos nortearam minha vida e a de minhas irmãs. Quanto às canções virarem referência, muitas mulheres me confidenciam casos e momentos em que essas músicas foram importantes em suas vidas. Fico feliz com isso, naturalmente.”
Recado aos fãs catarinenses
Ponte Cultural – E para os fãs catarinenses que vão te encontrar agora em Floripa, qual o recado?
“Oi, amigos, aqui é Alcione! Gostaria de convidá-los para esta festa, no palco do Festival Arvo, que reunirá tantos artistas talentosos e queridos. Sua presença será fundamental para o êxito de um evento tão relevante e incentivador da cultura e da arte do nosso país. E, claro, aproveito esse espaço cedido pela Ponte Cultural para agradecer aos fãs que nos brindarem com suas presenças. Vai ser uma grande festa, portanto, estão todos convidados!”
