Morre em Florianópolis o ex-reitor da UFSC Rodolfo Pinto da Luz

Morreu na madrugada desta quinta-feira (3), aos 76 anos, o ex-reitor da UFSC Rodolfo Pinto da Luz. Ele vinha fazendo tratamento contra um câncer e estava internado desde o dia 9 de junho no Hospital de Caridade. A reitoria da UFSC e o prefeito Topázio Neto decretaram luto oficial de três dias pela morte.

O velório será nesta sexta-feira (4), das 16h às 22h, no Jardim da Paz, em Florianópolis.

Nascido em São Francisco do Sul, mas morador de Florianópolis desde 1967, Rodolfo liderou a Universidade Federal de Santa Catarina por três mandatos (1984-1988, 1996-2000, 2000-2004). Também foi secretário executivo do Ministério da Educação e Presidente da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes) e secretário de Educação da prefeitura de Florianópolis, superintendente da Fundação Franklin Cascaes, da Fundação Catarinense de Cultura e presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).

Recebeu inúmeros diplomas e medalhas. Entre as distinções, estão a de Embaixador da Paz, Ordem do Mérito da Educação, Ordem do Mérito Judiciário de Santa Catarina, título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Roraima, Medalha João David Ferreira Lima, Prêmio Educador Elpídio Barbosa e Prêmio CRUB de Educação Superior, destinado a estimular o surgimento de proposições inovadoras que possam contribuir efetivamente para o progresso da educação superior.

Além de investir em qualificação da gestão, à frente da UFSC o ex-reitor também deixou marcas na infraestrutura do campus, com ampliações em diferentes centros de ensino, como o Centro de Desportos, onde foi o responsável pela construção da piscina coberta, o Centro Socieconômico, o Centro de Filosofia e Ciências Humanas e o Centro de Comunicação e Expressão, cujo prédio de cinco andares foi construído em sua gestão.

No seu segundo mandato, o ex-reitor também foi responsável pela expansão nas matrículas na pós-graduação. Isso porque, no período de 1996-1999, o ensino de pós-graduação em Santa Catarina apresentou uma expansão de 29% das matrículas em cursos de mestrado, e de 81,5% das matrículas em cursos de doutorado. “Esta compreensão maior da ação desempenhada pela UFSC no contexto do Estado de Santa Catarina, apesar da sua importância e do conhecimento da comunidade acadêmica, poucas vezes é explicitada à sociedade”, disse, anos depois, ao receber a condecoração da Câmara.

O professor também foi decisivo para a internacionalização da UFSC, o que fez com que, em 2002, fosse eleito a presidir a União Internacional de Universidades, instituição com 58 universidades membras, à época, sendo 37 na América Latina e 21 na Europa. Outro cargo de liderança ocupado por ele foi de presidente da Andifes, entidade que reúne os reitores de todas as universidades federais do país. Em 2004, sob sua influência, a UFSC foi sede do Encontro Internacional de Reitores.

O reitor ainda deixou como legado seu interesse pela inovação. A criação da Fundação Certi foi uma das marcas da sua primeira gestão, em 1984. Reconhecida como um potente berço da pesquisa, desenvolvimento e serviços tecnológicos especializados, está até hoje instalada junto ao campus da UFSC na Capital. Em entrevista ao jornal Notícias do Dia, ele lembrou que esse foi um dos passos para que Florianópolis se tornasse uma cidade tecnológica. “Eu sempre acreditei que a tecnologia ia mudar muito a vida do professor e do aluno”, disse ele, em entrevista à TV UFSC.

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