
Artigo de Willian Quadros, advogado.
A jovem advocacia precisa de mais do que técnica. Precisa de coragem. Coragem para começar pequeno, para errar, aprender e resistir. Num cenário de banalização do Direito, construir uma carreira sólida exige humildade, visão empreendedora, valorização dos honorários e, sobretudo, propósito.
Humildade não é se diminuir, é saber ouvir, observar e crescer. A arrogância na largada é inimiga da evolução. É preciso ter consciência de que a advocacia não se resume a prazos e petições: ela é também gestão, posicionamento e estratégia.
Advogado não vive de favor. Viver da profissão exige cobrar com dignidade. Cada reunião, petição e parecer tem valor e deve ser remunerado como tal. Não há futuro na advocacia para quem tem vergonha de cobrar ou medo de dizer “não”.
A credibilidade, por sua vez, é o bem mais valioso que um advogado pode conquistar. Ela nasce da ética, da palavra cumprida, da postura firme e não de curtidas nas redes sociais. E se engana quem pensa que o sucesso vem rápido: ele é fruto de perseverança, da insistência silenciosa dos dias difíceis.
Por fim, um chamado: os jovens precisam ocupar a OAB. Participar das comissões, se envolver nos debates, trazer novas ideias. A advocacia não se transforma de fora. A Ordem deve ser casa, escola e trincheira e a jovem advocacia é essencial nesse processo.
Construir uma carreira sólida é possível. Mas exige escolha diária. E essa escolha começa agora: com humildade na base, coragem na caminhada e propósito no topo.