A violência contra a mulher em SC carece de um olhar mais profundo

Mapeamento do perfil das mulheres que vivem no estado representa um passo para novas ações

De janeiro a junho deste ano 15.908 medidas protetivas foram requeridas por mulheres vítimas de violência doméstica em Santa Catarina. 23 casos de feminicídio foram registrados no mesmo período. Em abril deste ano uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) apontou deficiências na resposta do Estado na prevenção e erradicação da violência contra a mulher em Santa Catarina e apontou a necessidade de melhorias.

É diante desse cenário que o Governo do Estado avança na elaboração de um Plano Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres. Nesta quarta-feira, 1, a vice-governadora Marilisa Boehm anunciou que no próximo dia 1º de agosto começa o trabalho de seis pesquisadoras selecionadas por meio de um edital público da Fapesc para fazer o diagnóstico, que servirá como base para as próximas ações do governo catarinense em favor das mulheres.

O trabalho do governo servirá de base para nortear as ações e políticas em defesa das mulheres catarinenses. Uma iniciativa extremamente importante, que tardiamente tornou-se prioridade em Santa Catarina. E isso não é crítica a nenhuma gestão, mas uma constatação. A violência contra a mulher carece de um olhar mais profundo e nesse meio tempo muitas perderam a vida.

O mapeamento para traçar o perfil da mulher que vive no estado deve demorar pelo menos um ano para ser concluído. Conhecer a realidade é apenas um passo diante da urgência de uma pauta que vitimiza não só mulheres mas também as famílias catarinenses.

Paralelo ao diagnóstico outras ações estão sendo realizadas pelo governo estadual. A meta é aumentar em 81% o número de unidades especializadas no combate à violência contra à mulher, aos adolescentes e aos idosos em até 10 anos. O projeto faz parte do Plano Estadual de Combate à Violência contra as Mulheres, publicado no Diário Oficial na início deste mês.

Segundo a Polícia Civil, hoje existem 32 delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCamis) no estado. A meta é criar mais 26 unidades especializadas até 2035, entre DPCamis e outras, totalizando 58.

O Plano Estadual prevê, dentre outras ações, a inserção de conteúdos sobre prevenção da violência de gênero nos currículos da educação básica no estado (previsão é de que 40% das escolas recebam esses conteúdos até 2027, e todas as unidades escolares até 2035). Uma medida importantíssima apontada também pela auditoria do TCE/SC como necessária.

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