Pressão para Ivete assinar apoio a impeachment de Alexandre de Moraes vai de Júlia Zanatta à Acif

A estratégia das lideranças bolsonaristas após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou a senadora catarinense Ivete da Silveira (MDB) no olho do furacão. Ela está sendo pressionada a assinar o pedido de abertura do processo de impeachment do magistrado.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

O número de assinaturas na lista é indiferente para o início da tramitação de um processo de impeachment de Alexandre de Moraes porque a decisão é exclusiva do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – que não tem demonstrado intenção de afrontar o STF. No entanto, os defensores do impeachment buscam a adesão de pelo menos 41 dos 81 senadores para mostrar que têm maioria na Casa e constranger Alcolumbre.

Segundo lideranças bolsonaristas, 38 senadores já assinaram o pedido. Da bancada catarinense, fazem parte da lista Esperidião Amin (PP) e Jorge Seif (PL). Até o momento, Ivete da Silveira (MDB) não assinou o pedido e nem se manifestou publicamente sobre o tema.

O silêncio de Ivete da Silveira gerou reações em Santa Catarina. Em vídeo nas redes sociais, a deputada federal Júlia Zanatta (PL) defendeu que o MDB perca os cargos no governo Jorginho Mello (PL) caso a senadora não engrosse a lista dos apoiadores do impeachment de Alexandre de Moraes. Hoje, o partido ocupa as pastas da Infraestrutura, da Agricultura e do Meio Ambiente no governo estadual – e não há nada no horizonte que indique mudança neste cenário, independentemente do posicionamento da senadora.

Quem também entrou em campo para tentar sensibilizar a viúva de Luiz Henrique da Silveira, em tons mais amenos, foi a Associação Empresarial de Florianópolis (Acif). A entidade enviou ofício à senadora pedido adesão ao pedido de impeachment de Alexandre de Moraes alegando a defesa dos princípios constitucionais, das liberdades individuais, do Estado Democrático de Direito e da harmonia entre os Poderes da República.

No documento, a ACIF aponta a adoção de medidas que, embora justificadas pelo combate à desinformação e proteção das instituições democráticas, estariam ultrapassando os limites estabelecidos pela Constituição Federal, afetando garantias como o devido processo legal, a ampla defesa, a liberdade de expressão e a separação entre os Poderes.

Por enquanto, nem Júlia Zanatta, nem Acif e nem a ala mais à direita do MDB catarinense conseguiram convencer a senadora a entrar nessa briga.

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