TCE enquadra Palhoça e outras 10 cidades da Grande Florianópolis por falta de revisão de planos diretores

Uma abrangente auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) revelou um cenário de paralisia no planejamento urbano da Grande Florianópolis, com a maioria dos 22 municípios da região descumprindo obrigações legais para a revisão de seus Planos Diretores e para a elaboração de Planos de Mobilidade Urbana. A decisão, publicada nesta segunda-feira, estabelece prazos curtos para que as prefeituras apresentem planos de ação e corrijam as falhas, sob pena de sanções futuras.

A fiscalização mirou a aplicação do Estatuto das Cidades e de outras legislações urbanísticas. O resultado mostra que o crescimento da região metropolitana ocorre sem a devida atualização de suas principais ferramentas de ordenamento territorial.

A ordem mais dura do TCE foi direcionada a 11 municípios, que terão 30 dias para apresentar um cronograma detalhado para a revisão de seus Planos Diretores, que estão vencidos. A lista inclui Alfredo Wagner, Anitápolis, Antônio Carlos, Canelinha, Leoberto Leal, Major Gercino, Paulo Lopes, Palhoça, São Bonifácio, São Pedro de Alcântara e Tijucas.

Florianópolis fora da lista, mas com determinações

A capital, embora não esteja na lista dos planos desatualizados, recebeu determinações específicas por falhas em sua própria gestão urbana. O TCE ordenou que a prefeitura regularize o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU), garantindo que os recursos arrecadados com instrumentos como a outorga onerosa sejam depositados em sua conta específica, inclusive valores anteriores a 2024. Além disso, a prefeitura foi obrigada a cumprir sua própria legislação e realizar a Conferência da Cidade a cada quatro anos, fórum de participação popular que não vinha ocorrendo como determina a lei municipal.

Atraso também na mobilidade urbana

A auditoria também expôs a ausência de Planos de Mobilidade Urbana em grande parte da região. Neste ponto, o TCE emitiu uma recomendação para que 18 municípios elaborem seus planos, com participação popular e aprovação legislativa. A lista inclui os maiores vizinhos da Capital – São José, Palhoça e Biguaçu – e outros municípios de grande fluxo, como Governador Celso Ramos e Garopaba.

A ação do Tribunal de Contas força os gestores da região metropolitana a confrontarem um problema crônico de falta de planejamento, cujas consequências são sentidas diariamente pela população na forma de trânsito caótico, crescimento desordenado e insegurança jurídica para novos empreendimentos.

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