Quando atacar uma mãe vira estratégia política. Por Alyne Serafim

Por Vereadora Alyne Serafim – Vereadora na Câmara Municipal de Gaspar/SC

A cena correu o Brasil: a deputada federal Júlia Zanatta, com sua bebê de quatro meses no colo, cumprindo seu dever no plenário, foi denunciada ao Conselho Tutelar. Não se tratou de um debate político. Foi violência política de gênero, e das mais cruéis: a violência vicária — quando se atinge uma mulher ferindo o que ela tem de mais precioso, o seu filho.

O episódio, além de injusto, é cruel e politicamente direcionado.
Se fosse uma mãe de esquerda, com o viés aceito pela grande mídia, já estariam em campanha nacional pela “Lei Júlia Zanatta”, com entrevistas, editoriais e mobilizações. Mas como é conservadora, que defende família e fé, o silêncio foi ensurdecedor.

Falo com experiência. Já sofri violência política de gênero e sei que muitas eleitas e candidatas também sofreram. Vem disfarçada de “piada” ou “comentário inocente”, como fazem abusadores que tentam diminuir e desqualificar. Muitas de nós preferimos engolir o choro, trabalhar o dobro e lutar para que nosso reconhecimento venha pelo caráter forte, pela firmeza de posicionamento e pelo legado que deixamos — para a sociedade e, principalmente, para nossas famílias.

O direito à amamentação é garantido até para mães privadas de liberdade, para preservar o vínculo com o filho. Por que não respeitá-lo na Casa que faz as leis? A mesma energia que faltou diante de casos graves de exploração infantil na internet surgiu, rápida e dura, contra uma mãe conservadora.

Quando o vínculo mãe e filho vira alvo, não se trata apenas de um ataque pessoal — é um ataque à família e à própria democracia.

Defender a família, a maternidade e a infância não é crime. Crime é tentar destruir esses valores.
Quando uma mãe é atacada, toda a sociedade deveria se levantar.

Neste Agosto Lilás e Agosto Dourado, é preciso lembrar: amamentar é um ato de amor, e punir uma mãe por isso é punir a humanidade.

Defender a maternidade, a infância e a família não é crime. Crime é tentar destruí-los.

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