Em alegações finais, defesa nega elo de Bolsonaro com trama golpista e critica “condenação prévia”

Com base nas alegações finais entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu sua absolvição no processo sobre a suposta trama golpista, afirmando que não existem provas que o conectem aos planos de golpe de Estado ou aos atos de 8 de janeiro.

Foto: Lula Marques, Agência Brasil.

Os advogados argumentam que o processo é marcado por uma condenação prévia. “Os réus são tratados como golpistas, como culpados, muito antes de a defesa ser apresentada”, afirmam no documento, acrescentando que “uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta”.

A peça da defesa sustenta a ausência de elo entre Bolsonaro e os eventos investigados. “A verdade, que a muitos não interessa, é que não há uma única prova que atrele o Peticionário ao plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ ou aos atos dos chamados Kids Pretos e muito menos aos atos de 8 de janeiro”, diz o texto.
A colaboração premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid também é duramente criticada. A defesa a classifica como “manipulada desde o seu primeiro depoimento e, portanto, imprestável”. Segundo os advogados, “Mauro Cid se protegeu apontando o dedo àquele cujos atos foram sempre públicos e de governo”.

Com a entrega do documento na quarta-feira (13), último dia do prazo, o processo agora segue para o relator, ministro Alexandre de Moraes, que deverá liberá-lo para julgamento. A expectativa é que o plenário do STF analise o caso em setembro. As penas para os crimes imputados podem superar 30 anos de prisão.

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