Federação União Progressista é formalizada com acenos a Bolsonaro e discursos de Tarcísio e Ciro Gomes

Os partidos Progressistas (PP) e União Brasil oficializaram em convenção nacional nesta terça-feira a criação da federação União Progressista (UBP), que formará a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 108 deputados federais, e do Senado, com 15 senadores.

Líderes do União Brasil e Progressistas no evento de lançamento da federação União Progressista
Foto: União Brasil, Divulgação.

O evento, realizado em Brasília, foi marcado por acenos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo protagonismo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto ministros do União Brasil que integram o governo Lula (PT) foram escanteados.

Com discursos que pressionaram pela saída do União Brasil da base governista, líderes como o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, defenderam a aliança como uma força de oposição e alternativa para a eleição presidencial de 2026. A nova federação passará a controlar o maior tempo de televisão e a maior fatia dos fundos partidário e eleitoral.

Tarcísio de Freitas foi o principal orador do evento. Em sua fala, elogiou a união dos partidos, defendeu o legado de Jair Bolsonaro e foi aplaudido ao mencionar o ex-presidente. A proeminência de Tarcísio no ato foi vista como um passo em sua projeção como potencial candidato da direita ao Palácio do Planalto em 2026.

O evento também contou com a presença de figuras de outros partidos, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Em seu discurso, Ciro falou em unir “centro-esquerda e centro-direita” para superar a polarização política e o que chamou de “desastre” no país. O político cearense que disputou a Presidência da República quatro vezes, admitiu convite da sigla para filiação, mas disse não ter decidido seu futuro ainda.

A ausência de destaque para os ministros do União Brasil no governo Lula, Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo), evidenciou a divisão interna no partido sobre o alinhamento com a atual gestão federal. A pressão pela entrega dos cargos foi um dos temas recorrentes nas falas dos líderes da nova federação.

Dirigentes defendem a União Progressista

Para o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, esse foi o resultado de um processo árduo e sofrido. Ele lembrou que muitos “amigos abriram mão de projeto individual por um projeto maior para o Brasil” e que o partido é formado por “pessoas que fazem política 24 horas por dia, o corpo mais qualificado do Congresso Nacional”.

No discurso, Rueda também elogiou os governadores do União Brasil dizendo “que são extremamente disciplinados” e, para o ano que vem, pregou evitar a polarização. Sobre Ronaldo Caiado, pré-candidato à presidência da República, citou que ele “tem que levar conforto à população, as pessoas não aguentam mais os extremos”. 

O presidente do União Brasil disse, ainda, que na eleição de 2026 serão lançados, no mínimo, 16 candidatos a governos e mais de 20 senadores. “Tenho certeza de que todos serão exitosos, não medirei esforços para que cada um dos nossos deputados voltem ao exercício de seus mandatos”, acrescentou.

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, discursou no mesmo tom.

– Hoje é um grande dias para todos nós. Um dia em que podemos dizer que a política destes tempos, que é tão contestada, pode ser uma obra, uma construção, um alicerce para solidificar um partido e solidificar a democracia como consequência.

De acordo com Ciro Nogueira, “um partido não é forte quando seus dirigentes são fortes, o partido é forte quando suas bancadas são fortes. A União Progressista será a maior força política em todos níveis. No Congresso Nacional, nos Estados, nos municípios”.

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