Em entrevista ao programa Cabeça de Político, o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), classificou como uma “agressão” a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina. Na conversa com o jornalista Upiara Boschi, o chefe do executivo da cidade mais populosa do Estado também admitiu que sofre pressão de seu partido para ser candidato ao governo em 2026, mas ponderou que seu foco principal é concluir o mandato.
Adriano Silva é o primeiro entrevistado da nova temporada do Cabeça de Político, gravada no Congresso dos Municípios de Santa Catarina (Comac-SC) em parceria com a Federação Catarinense de Municípios (Fecam).
Questionado sobre a articulação que poderia trazer o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa em solo catarinense, Adriano Silva foi enfático ao afirmar que o Estado possui lideranças qualificadas para a vaga. Em contraponto, o prefeito elogiou a atuação do deputado federal Gilson Marques (Novo), indicando-o como um nome forte de seu partido para a disputa ao Senado.
– A vinda do Carlos Bolsonaro, sem dúvida nenhuma, eu entendo isso até como uma agressão ao Estado. Eu, sinceramente, eu não o conheço pessoalmente, mas essa crítica eu faria a qualquer outro que quisesse se mudar do seu pleito eleitoral para um Estado meramente por uma questão de oportunidade de voto. Isso mais ou menos diz que em Santa Catarina não existe liderança para assumir o Senado, né? Quando eu vejo uma Carol de Toni fazendo um excelente trabalho, eu vejo o Gilson Marques fazendo um excelente trabalho, o próprio senador Esperidião Amin faz um excelente trabalho, então essas lideranças, sem dúvida nenhuma, são merecedoras das cadeiras lá e não lideranças de fora – avaliou Adriano Silva.
Veja a íntegra do Cabeça de Político com Adriano Silva
Adriano Silva admite pressão para concorrer ao governo
Sobre seu próprio futuro político, o prefeito confirmou que o Novo deseja seu nome na disputa pelo governo estadual.
– É o que eles querem, é o que eles querem, sendo bem direto, o que eles querem, a pressão é muito grande – brincou o prefeito.
No entanto, Adriano Silva defendeu que “a direita devia estar unida em 2026” e ressaltou o desejo de continuar à frente da prefeitura até o final do mandato em 2028. Ressaltou que gerar um antagonismo com o governador Jorginho Mello (PL), pré-candidato à reeleição, poderia ser prejudicial a Joinville.
– Eu entendo também as questões partidárias. Esse é um discurso muito do Partido Novo nacional de querer, né, me convencer a vir a participar, justamente para dizer, ‘olha, a gente precisa, a gente tem que ter uma nominata forte, isso ajuda toda nominata’. Eu não tenho dúvidas do que isso faz, mas quando eu olho como joinvilense apaixonado pela cidade do jeito que eu sou, isso pode dar um prejuízo à cidade de Joinville. Uma briga com o governo do Estado não é boa, quem sai prejudicado é a cidade – avaliou
Candidatos de Adriano Silva
Na entrevista, Adriano Silva disse que mesmo sem concorrer em 2026 quer participar da campanha como apoiador de candidaturas que possam ampliar a representatividade de Joinville e da região na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Nesse cenário, o prefeito anunciou que vai apoiar a vice-prefeita Rejani Gambin (Novo) na disputa por uma cadeira de deputada federal. Também vai endossar à candidatura à reeleição do deputado estadual Matheus Cadorin (Novo) e a candidatura do vereador Neto Petters (Novo) para vagas na Assembleia Legislativa.