O advogado Zany Gonzaga fez história na política de Santa Catarina. Foi eleito por quatro mandatos para a Assembleia Legislativa, nas décadas de 1960 e 1970, inclusive presidindo a Casa. Foi advogado militante, jornalista e também delegado em municípios da região de Caçador e Porto União.
Depois de quatro mandatos na Alesc, disputou também uma eleição para o Congresso Nacional, mas ficou na suplência, assumindo por um período.
Zany ganhava seus votos nas regiões do Planalto Norte e no Vale do Rio do Peixe.

Essa história teria acontecido em Matos Costa, uma pequena cidade entre Caçador e Porto União. Coração da Guerra do Contestado. Inclusive o nome é em homenagem ao capitão Matos Costa, militar que foi morto em um dos combates entre militares e revoltosos.
No início da década de 1970, luz elétrica era a grande novidade na região e foi instalada no município de General Carneiro, vizinho de Matos Costa, só que no estado do Paraná.
A população de Matos Costa se revoltou. Não concordava com o fato de os vizinhos já terem energia elétrica e eles ainda viverem no escuro.
Quem poderia resolver o problema? Óbvio. O deputado Zany Gonzaga.
Uma comitiva foi falar com ele para pedir a implantação da energia elétrica. Alguns mais exaltados, cobravam com veemência.
— Como que General Carneiro, que está a menos de 30 quilômetros de nós já tem luz e nós no escuro?
Zany ouviu as reclamações de todos, anotou num papel e depois que terminaram, quando estavam mais calmos, serenamente saiu com essa resposta:
— Calma pessoal. Vocês precisam entender que nós estamos vivendo sob o regime militar. E no regime militar existe hierarquia. Como que vocês pensam que a energia elétrica seria instalada primeiro em Matos Costa, que é um simples capitão, e depois em General Carneiro, que o nome já diz, um general? Primeiro lá, depois em Matos Costa. Assim é a hierarquia militar. Agora a luz vai chegar em Matos Costa.
As pessoas entenderam. Foram para casa contentes e a luz, demorou, mas acabou chegando.