Imagine você estar chegando para uma manifestação contra a crueldade animal, em Florianópolis, na Beira Mar, quando aparece uma das moças que mantém um dos stands na Feira de Artesanato que acontece aos finais de semana no local, pedindo auxílio. Extremamente angustiada, ela perguntava: vocês defendem animais? E, a resposta foi o óbvio sim. Imediatamente ela contou que havia um socó machucado ali nas pedras e nos levou até o local. Do lado esquerdo do Trapiche, entre as pedras da Beira Mar, muito próximo à água havia um lindo socó branco e preto, que estava com a asa esquerda machucada. A manifestação começaria às três da tarde e ainda havia um pequeno espaço de tempo. A Silvana Sita, ativista gaúcha tentou pegá-lo, mas a ave se esquivou.
Ligamos para a Polícia Ambiental, que naquele momento estava com as viaturas ocupadas. Nos dirigimos à manifestação que pedia libertação animal, respeito ao berçário das baleias francas no Centro-Sul de Santa Catarina, pela não comercialização de animais, pelo fim da exportação de animais, ou seja, pelo fim da Escravidão de todos os Seres Sencientes! E, principalmente pelo endurecimento de penas para a crueldade animal. A manifestação foi organizada em 25 cidades, em todo o País, devido aos maus-tratos a um cavalo, ocorrido na cidade de Bananal (SP) em agosto deste ano e, diante da crescente onda de crimes contra animais. Ativistas de mais de 25 cidades aderiram às manifestações, que exigiram que as penas de maus tratos incluam outros animais, além de cães e gatos! A manifestação, em Florianópolis, teve o apoio da Ecopet, do Instituto Ecosul e da Acapra.

Cerca de uma hora e meia depois, quando a manifestação estava sendo encerrada, recebo a ligação da Polícia Ambiental, dizendo que uma guarnição estava se dirigindo ao local. E, pouco depois vejo dois policiais indo em direção às pedras. Por cerca de dez minutos procuramos o pássaro, que esta altura deveria estar escondido, já que o movimentação de pessoas, embora um pouco longe, o estava assustando. Me distanciei um pouco do grupo, enquanto procurava o animal do outro lado do Trapiche, e de repente, alguém me chama para me mostrar que o socó havia sido capturado! Que cena linda de ver… Este animal será tratado pelo veterinário do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), que fica no Rio Vermelho. Os Cetas são unidades do Ibama, responsáveis pelo recebimento, tratamento e reabilitação de animais silvestres.

Que trabalho magnífico o realizado pela Polícia Ambiental. Eles sempre dão respostas rápidas aos pedidos de resgate, que seriam ainda mais rápidos e, ainda mais certeiros, caso houvesse um efetivo maior. É necessário, e imprescindível para a manutenção da fauna catarinense. Contamos todos com isso. O socó é uma ave que vive próximo à água, no mar, manguezais, rios ou lagos. Conforme a descrição da espécie não são exclusivamente aves marítimas, mas aves aquáticas. São conhecidos pela caça paciente. Ficam imóveis para pegar peixes, anfíbios e crustáceos.