Liminar de Fux coloca em risco aumento de vagas de deputado federal para Santa Catarina

Se depender do ministro Luiz Fux, Santa Catarina vai continuar com 16 deputados federais na próxima legislatura. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido de liminar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que a corte ignorasse o prazo dado ao Congresso Nacional para adaptar o número de parlamentares por Estado à proporção populacional apontada no Censo de 2022.

Liminar de Fux coloca em risco aumento de vagas de deputado federal para Santa Catarina
Luiz Fux atendeu pedido de Davi Alcolumbre. Foto: Gustavo Moreno, STF.

Os parlamentares tiveram dois anos para aprovar a redistribuição das vagas, mas só entraram no tema no primeiro semestre deste ano – quando presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) pautou a proposta que prevê a criação de 18 cadeiras para beneficiar os Estados que ganharam população sem tirar vagas dos Estados que tiveram menos evolução populacional – caso do Rio de Janeiro, Estado do ministro Luiz Fux, que perderia quatro vagas.

A proposta foi aprovada na Câmara e no Senado, mas foi vetada pelo presidente Lula (PT) às vésperas do prazo dado pelo STF para que fosse sanada a “omissão legislativa”. Sem votos suficientes para a derrubada do veto em plenário, o tema foi mantido em suspenso pelo Congresso. Escancarando a manobra, Alcolumbre pediu à corte que jogue para 2030 a redistribuição, alegando que a votação do projeto em plenário resolveu a omissão legislativa, mesmo com a tramitação inconclusa pelo veto presidencial ainda pendente de votação.

Fuz alegou o princípio da anualidade nos regulamentos eleitorais e a necessidade de clareza sobre as vagas em disputa em 2026.

– Considerando o princípio constitucional da anualidade eleitoral, à luz da segurança jurídica, impõe-se que haja, desde logo, clareza quanto ao número de assentos legislativos da Câmara dos Deputados destinados a cada Estado e ao Distrito Federal nas eleições de 2026, que se realizarão em 4 de outubro
daquele ano – escreveu Fux na decisão, obtida pela Folha de S. Paulo.

A decisão de Fux precisa ser referendada pelo plenário do STF. As votação será feita através do sistema virtual até quarta-feira.

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