Donos de quiosques de Florianópolis pedem “diálogo” sobre desocupação das estruturas

Câmara fez reunião ampliada sobre a desocupação dos quiosques. Foto: Édio Hélio Martins, divulgação

Em reunião ampliada realizada pela Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (29), o presidente da Associação dos Quiosques de Florianópolis, Emerson Martins, pediu que a prefeitura “reveja a postura unilateral e abra um canal real de diálogo” sobre o processo de desocupação dos pontos que funcionam em espaços públicos. Ele destacou que o setor é responsável por 500 empregos diretos e “não está à margem da lei, como querem fazer parecer”. De acordo com Emerson, demolir os quiosques “não é apenas destruir estruturas, é destruir sonhos, histórias e empregos de famílias que ajudam a construir Florianópolis”.

O assunto vem rendendo polêmica nas últimas semanas, desde que o município começou a notificar responsáveis pelos quiosques sobre o processo para regularização dos pontos, com base em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público estadual. A primeira fase envolve 35 estruturas. Inicialmente, a prefeitura divulgou que 27 seriam demolidas e oito passariam por nova licitação, mas depois de uma reunião com vereadores da base foi reduzida para 20 a lista dos pontos que seriam desocupados definitivamente nessa etapa inicial.

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Vereadores da oposição e da base questionaram a forma como o assunto vem sendo encaminhado pela prefeitura e montaram um grupo para discutir encaminhamentos e possíveis ajustes no processo. Várias manifestações também alertaram que as demolições de quiosques não estão entre as recomendações do TAC. “Nunca vi isso, a prefeitura ser mais restritiva que o Ministério Público”, disse o vereador Renato Geske (PSDB), o Renato da Farmácia, que apresentou o requerimento para a reunião ampliada. Além disso, os representantes dos quiosques consideram que não estão claros os critérios adotados para definição dos pontos que serão demolidos e que passarão para nova licitação.


O Executivo foi representado pelas secretárias Ivanna Tomasi (Habitação e Desenvolvimento Urbano) e Katherine Schreiner (Licitações, Contratos e Parcerias). Ivanna disse que a opção pela demolição é motivada pela “inadequação do uso dos espaços públicos”, principalmente por conta de questões relacionadas à “acessibilidade”. Katherine afirmou que a prefeitura está aberta a sugestões para ajustes no processo e anunciou que está sendo preparado um edital, com lançamento em outububro, para licitar 60 novos espaços públicos em vários pontos da cidade.

Emerson Martins, presidente da associação que representa os quiosques de Florianópolis. Foto: Édio Hélio Martins, divulgação

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