O agro começa a semana entregando energia — literalmente

Luz no campo antes do Brasil acordar
Enquanto boa parte do país ainda desperta, o agro já está iluminando o sistema elétrico nacional.
Segundo o Observatório de Bioeconomia da FGV, com base no Balanço Energético Nacional, 29,1% de toda a energia consumida no Brasil vem do agronegócio. Quando se considera apenas a parte renovável da matriz energética, o protagonismo sobe para 60% — muito à frente de hidrelétricas, solar e eólica.
Em outras palavras: antes mesmo das manchetes do dia começarem, o campo já abasteceu o país. E não com discurso — com energia real, limpa e estratégica.
Biogás, etanol de trigo e tecnologia que vira política pública
De Fortaleza ao interior do Rio Grande do Sul, a inovação saiu da teoria.
A Embrapa e a UFC já operam um sistema que transforma frutas e verduras impróprias para consumo em biogás — na prática, energia a partir do que viraria lixo.
Em Santiago (RS), está sendo implantada a primeira usina de etanol de trigo do Brasil — com capacidade de produzir mais de 12 milhões de litros por ano.
Não é discurso futurista. É infraestrutura verde operando na vida real.
Santa Catarina: eficiência comprovada
Com dados oficiais do IBGE e Observatório Agro Catarinense, Santa Catarina reforça porque virou estudo de caso do agro que entrega mais do que promete.
Mesmo sendo o 20º estado em tamanho, é 8ª força nacional no agro e responsável por 65% das exportações catarinenses em 2024.
Líder nacional em carne suína, cebola e mariscos, vice-campeã em arroz, frango e maçã, reconhecida por sanidade, tecnologia e modelo cooperativo.
Não é força de vontade, é estratégia, ciência e execução.
E, diferente de Brasília, Santa Catarina não adia resultado. Entrega.Mais que produção — é modelo: integração cooperativista, rastreabilidade total, valor agregado e presença global.
SC é referência nacional em:
• Líder no Brasil em carne suína, cebola e maricultura
• Vice em arroz, maçã, frango e fumo
• Top 3 em erva-mate, trigo e aveia
Não é volumetria. É competência. É sistema.
E em Brasília?
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, recuou e adiou a sessão que votaria os 63 vetos de Lula ao licenciamento ambiental.
Na prática, foi vitória do governo — e sinal de que essa semana será de guerra silenciosa nos bastidores.
Enquanto o agro corre com energia limpa e recordes produtivos, Brasília testa o limite da paciência — e da segurança jurídica.
FPA na sala de comando
A FPA recebe Banco do Brasil e Serasa para discutir a MP 1314/2025 — que trata de linhas de crédito emergencial para produtores atingidos por eventos climáticos, e, ao mesmo tempo, a política de piso mínimo do frete — que afeta diretamente a competitividade logística do agro.
Ou seja: é a reunião que mexe com Caixa, estrada e sobrevivência financeira. Não é almoço — é sala de comando.
O futuro não espera e o agro também não
O Brasil desperta em 2025 com um paradoxo: quem ilumina o país antes do amanhecer é o campo — mas quem atrasa o relógio é a política.
Quem produz energia renovável pediu movimento.
Quem faz política respondeu com adiamento.