“Quem dá poder ao crime é o fuzil que chega pelas fronteiras”, diz Jorginho no Rio de Janeiro

Para o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), o crime mudou no Brasil e o país precisa unir esforços para entender a nova dinâmica. Um encontro na tarde desta quinta-feira, 30 de outubro, reuniu o catarinense e os colegas Romeu Zema (Minas Gerais, do Novo), Ronaldo Caiado (Goiás, do União Brasil) e Mauro Mendes (Mato Grosso, do União Brasil) com o governador Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro.

Jorginho Mello defendeu mais poder aos Estados e reforço nas fronteiras em encontro de governadores no Rio de Janeiro sobre combate ao crime
Jorginho, Zema, Castro, Caiado e Mauro Mendes na reunião dos governadores no Rio de Janeiro. Foto: Secom-SC, Divulgação.

Eles discutiram uma ampla aliança contra o crime organizado. Os governadores vão criar um consórcio integrado para combate ao crime organizado. Jorginho sugeriu “Consórcio da Paz”, que acabou sendo o nome definido.

De acordo com Jorginho, os Estados precisam ter autonomia para lidar com a realidade local, com suporte financeiro da União. A fala é uma crítica à PEC da Segurança proposta pelo presidente Lula (PT), que prevê mais atribuições ao governo federal no combate à criminalidade.

– A União quer centralizar e igualar a resposta ao crime em um país desigual. Santa Catarina é o Estado mais seguro do país e tem uma realidade diferente, assim como cada Estado. O que precisamos do Governo Federal é um controle de fronteiras reforçado e recursos para equipar nossas forças de segurança – disse o governador.

Jorginho também criticou sobre a estratégia aplicada pelo governo federal nos anos 2000 de promover o desarmamento dos cidadãos sob a justificativa de que as armas cairiam na mão de bandidos.

– A realidade no Rio de Janeiro nos mostra que o poder do crime é medido por número de fuzis. Esse armamento não é acessível para o CAC, ele chega por nossas fronteiras – avaliou.

A expectativa após o encontro é de que outros governadores se unam para pressionar uma legislação mais forte contra facções, como a tipificação de terrorismo e o avanço contra o patrimônio financeiro do crime. Outra ação deve ser o compartilhamento de informação e bancos de dados, como as imagens utilizadas para reconhecimento facial.

Acompanhado pelo comandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Emerson Fernandes, e do Delegado Geral de Polícia Civil, Ulysses Gabriel, Jorginho Mello demonstrou preocupação com a expansão e migração do crime.

– A união de forças aqui no Rio de Janeiro é para que ele não se espalhe cada vez mais. O crime é contagioso – disse Jorginho.

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