Disputa Interna do PL em Santa Catarina: O Racha e as possibilidades que se apresentam. Por Flávio Souza

Artigo de Flávio Souza, consultor político

A política catarinense vive um momento de intensa agitação, especialmente dentro do Partido Liberal (PL). A candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado se tornou um ponto de discórdia, refletindo um racha significativo no partido. As recentes declarações da deputada Ana Campagnolo não apenas acentuaram essa divisão, mas também isolaram o governador, criando um cenário delicado para Carlos no eleitorado catarinense.

A polarização interna do PL é evidente. Enquanto alguns membros do partido apoiam a candidatura de Carlos, outros, expressam descontentamento e desconfiança. Essa situação gera um ambiente de incerteza, onde a unidade que se esperava em torno de um candidato forte se transforma em um campo de batalhas internas. O ex presidente Bolsonaro inclusive já não é unanimidade tanto em seu partido quanto no seu campo ideológico, e colocam em sua conta o racha do partido.

A posição de Carlos Bolsonaro, que já se apresenta como uma figura polêmica, é ainda mais fragilizada por essa divisão. As declarações de Campagnolo, que criticam abertamente a estratégia do partido e questionam a viabilidade da candidatura, podem afastar eleitores que buscam uma representação mais coesa e alinhada. O resultado disso é um eleitorado que começa a olhar com desconfiança para um projeto familiar e descolado das reais demandas dos catarinenses.

Com a direita fragmentada em várias candidaturas, a chance de um candidato de esquerda conquistar a segunda vaga do Senado se torna cada vez mais palpável. Além do bom momento que vive o governo Lula, o cenário estadual é propício para que o campo progressista busque a unidade e apresente um projeto claro e coeso. Essa abertura pode ser decisiva, uma vez que os eleitores catarinenses buscam soluções e propostas que dialoguem com suas necessidades e anseios.

Além disso, a desunião entre os candidatos da direita pode resultar em uma dispersão de votos, favorecendo uma candidatura mais consolidada da esquerda. A estratégia de campanha e a capacidade de mobilização serão cruciais para que as lideranças progressistas consigam aglutinar numa candidatura o percentual histórico de votos que possam garantir uma vaga ao senado.

Em suma, a disputa interna do PL de Santa Catarina não é apenas uma questão de poder dentro do partido, mas uma batalha que pode moldar o futuro político do estado. Carlos Bolsonaro se vê em uma posição delicada, e a fragmentação da direita pode abrir portas para uma nova configuração no Senado, onde a voz da esquerda pode finalmente ser ouvida com mais força.

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