“Chega de falar muito, vamos para a iniciativa”, defende Topázio Neto na COP 30

Prefeito de Florianópolis e presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Topázio Neto (PSD) participou nesta segunda-feira da abertura da COP 30, em Belém (PA). Em um dos painéis do evento, ele apresentou o modelo de gestão de resíduos da capital catarinense como um caso de sucesso na redução de metano.

Topázio Neto participou de um painel da COP 30 sobre ações para reduzir a emissão de metano a partir de resíduos. Foto: Divulgação.
Topázio Neto participou de um painel da COP 30 sobre ações para reduzir a emissão de metano a partir de resíduos. Foto: Divulgação.

Topázio destacou que, após décadas de discussões climáticas, a percepção geral no evento é pela aplicação de medidas práticas.

– Depois de quase 30 anos discutindo esse tema no mundo inteiro, o que fica latente na fala das pessoas, na voz das pessoas, é que chega da gente falar muito. Vamos agora para a iniciativa, vamos para botar em prática tudo aquilo que se tem conversado. O importante é que as ações andem, e não que a gente fique discutindo em cima das questões. O que é que eu faço na prática para ajudar nessa questão do não aquecimento e das emergências climáticas? – apontou o prefeito.

A participação de Topázio Neto como painelista ocorreu no “Pavilhão dos Super Poluentes”, localizado na Blue Zone da COP 30, em um evento realizado entre 15h e 16h a convite do Ministério do Meio Ambiente. O objetivo da apresentação era apresentar exemplos de soluções redução de emissões de o metano em resíduos.

Topázio apresenta Lixo Zero na COP 30

No caso de Florianópolis, Topázio explicou o programa Lixo Zero, que estimula compostagem para reduzir o volume de resíduos orgânicos enviados para aterros sanitários. Ele detalhou o sistema de compostagem da capital catarinense, que envolve a separação de folhas, galhos e restos de alimentação por condomínios e restaurantes.

O material é processado tanto pelo município, no Centro de Valorização de Resíduos (CVR), quanto por empresas privadas. Segundo o prefeito, o modelo de parceria com a iniciativa privada é vantajoso para o município.

– A gente ainda paga para eles o equivalente que a gente pagaria para enterrar esse resíduo – explicou.

O benefício, segundo ele, é manter os recursos circulando localmente, “fazendo com que o dinheiro fique na economia local, ao invés de colocar para o cara que é dono do aterro”.

Topázio também mencionou os próximos passos do projeto em Florianópolis, que incluem “melhorar a remuneração de quem faz a compostagem”, aumentar o número de pátios de compostagem e ampliar a educação para a separação correta do lixo.

Prefeito colhe exemplo de Uganda para Florianópolis

O presidente da Fecam destacou que o evento também serve como plataforma de aprendizado. Ele citou um exemplo que chamou sua atenção no mesmo painel sobre redução de emissão de gás metano.

– Eu ouvi um case de Uganda, onde eles geram renda para os jovens. Os jovens fazem esse trabalho em Uganda. Recebem o lixo orgânico, eles compostam e eles geram renda para a comunidade”.

Sobre a presença catarinense na COP 30, Topázio avaliou que o Estado está bem posicionado. Ele mencionou painéis que contarão com a participação da Fecam e da Assembleia Legislativa, representada pelos deputados estaduais Mauro De Nadal (MDB) e Marquito (PSOL).

– Eu acho que Santa Catarina está fazendo um papel bacana aqui, participando das discussões, participando do evento, sendo ouvido, questionando bastante, servindo de exemplo em algumas coisas. Em Santa Catarina, a gente trabalha muito e se mostra pouco. E acho que a oportunidade que a gente está tendo aqui de mostrar o trabalho que está sendo feito é super válida.

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