A terceira rodada de pesquisas do instituto Neokemp em parceria com a Gazeta do Povo para analisar o cenário político de Santa Catarina mostra que a crise no PL sobre a candidatura da Carlos Bolsonaro ao Senado teve efeito no humor do eleitorado do Estado. Pela primeira vez, a deputada federal Caroline de Toni (PL) ultrapassou o filho do ex-presidente na preferência do eleitorado catarinense.

Os cenários não são idênticos em todas as rodadas do Neokemp, o que impede avaliações diretas sobre aumento e redução de percentuais. No entanto, é nítida a ascensão de Caroline de Toni à liderança nos cenários e a perda de fôlego de Carlos Bolsonaro, especialmente nos cenários de segundo voto.
Desta vez, o Neokemp não incluiu candidatos do MDB na pesquisa, como fez na primeira rodada, e nem o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), como na segunda. Há dois cenários: um mais enxuto, apenas com Caroline, Carlos, Décio Lima (PT) e Esperidião Amin (PP); outro com os mesmos nomes e a inclusão do deputado federal Gilson Marques (Novo). Os nomes dos partidos de cada pré-candidato não aparecem no questionário.
O Neokemp entrevistou 1.008 pessoas em 90 cidades entre os dias 10 e 11 de novembro de 2025. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais – para cima ou para baixo – e o nível de confiança é de 95%.
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Cenário 1 – Quatro candidatos
Primeiro voto
Caroline de Toni – 25,4%
Carlos Bolsonaro – 21,6%
Décio Lima – 17,8%
Esperidião Amin – 14,1%
Não sabe – 14%
Branco e nulo – 7,1%
Segundo voto
Esperidião Amin – 22,6%
Caroline de Toni – 21,2%
Carlos Bolsonaro – 17,7%
Décio Lima – 12,8%
Não sabe – 16%
Branco e nulo – 9,7%
Soma de votos
Caroline de Toni – 46,6%
Carlos Bolsonaro – 39,3%
Esperidião Amin – 36,7%
Décio Lima – 30,6%
Não sabe – 30%
Branco e nulo – 16,8%
Análise
Esse cenário aponta uma retomada dos cenários eleitorais da Neokemp antes da inclusão de Carlos Bolsonaro nas pesquisas: Caroline de Toni líder no primeiro voto, Esperidião Amin na frente no segundo voto.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro fica em segundo e em terceiro lugar, respectivamente, nesses quesitos, o que afeta sua performance e permite a Caroline de Toni abrir vantagem na liderança e Amin empatar tecnicamente quando são somados os votos.
Na pesquisa anterior, divulgada em 23 de outubro, Carlos liderava o primeiro voto e estava atrás de Caroline no segundo voto, ambos em condição de empate técnico. Com isso, liderava a soma de votos.
Cenário 2 – Cinco candidatos
Primeiro voto
Caroline de Toni – 30,4%
Carlos Bolsonaro – 21,1%
Décio Lima – 17,7%
Esperidião Amin – 10,6%
Gilson Marques – 3,3%
Não sabe – 10,5%
Brancos e nulos – 6,5%
Segundo voto
Caroline de Toni – 23,1%
Esperidião Amin – 20,6%
Carlos Bolsonaro – 17,8%
Décio Lima – 13,7%
Gilson Marques – 4,7%
Não sabe – 12,2%
Brancos e nulos – 7,8%
Soma dos votos
Caroline de Toni – 53,5%
Carlos Bolsonaro – 38,8%
Décio Lima – 31,4%
Esperidião Amin – 31,2%
Gilson Marques – 8%
Não sabe – 22,7%
Brancos e nulos – 14,3%
Análise
É curioso que a inclusão do deputado federal Gilson Marques (Novo) tenha efeito de potencializar a liderança de Caroline de Toni, mas esse é um efeito claro das composições de uma disputa de segundo voto – a importância de candidatos que “cerquem” o eleitor. Aparentemente, para o eleitor de Gilson, o voto em Caroline é natural.
Esses oito pontos percentuais na soma de votos de Gilson, deixam de ir para Carlos Bolsonaro e Esperidião Amin, os outros dois candidatos identificados com a direita – Amin acaba mais prejudicado, se distanciando da segunda colocação.
Interessante observar que Décio Lima é o único nome de esquerda na pesquisa – ou seja, não há outro nome para ajudá-lo a “cercar” o voto mais à esquerda. Na eleição, certamente haverá esse nome.
Rejeição
Carlos Bolsonaro – 37%
Décio Lima – 37%
Esperidião Amin – 5,4%
Caroline de Toni – 4,2%
Gilson Marques – 2,6%
Rejeita todos – 5,4%
Não rejeita ninguém – 8,3%
Análise
Em relação ao cenário anterior, Carlos Bolsonaro manteve a liderança no quesito rejeição, na faixa de 37%. Desta vez, ganha a companhia de Décio Lima, que alcança os mesmos 37% (eram 32% em outubro). Essa “polarização” beneficia Esperidião Amin e Caroline de Toni, que alcança índices baixos na pesquisa – que não permitiu múltipla escolha.






