Campanha “Aqui Não” tem como objetivo prevenir e enfrentar a violência contra a mulher em Santa Catarina

A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) lançou nesta terça-feira, 18/11, a Campanha “Aqui Não”, uma mobilização estadual que marca o início de um movimento inédito do setor empresarial catarinense contra a violência de gênero. A iniciativa nasceu a partir do convite do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para que a entidade aderisse ao Protocolo “Não é Não”, e evoluiu para uma ação mais ampla, voltada à conscientização, prevenção e mudança de cultura dentro das empresas.
Santa Catarina é um estado reconhecido pela prosperidade, inovação e desenvolvimento, mas convive com números alarmantes relacionados à violência contra mulheres. De acordo com dados do Observatório da Violência Contra a Mulher, entre 2020 e 2024 foram registrados 364.066 crimes de violência contra a mulher, média de 199,6 ocorrências por dia, 80.905 casos de lesão corporal, 2.812 estupros, e 277 feminicídios.
Para o 2º vice-presidente da Facisc, César Smielewski, esses indicadores não refletem o perfil de um estado pujante, empreendedor e reconhecido nacionalmente por seus bons resultados econômicos e sociais. “São dados que não combinam com o que Santa Catarina representa. Precisamos dar uma resposta também no campo social, e isso começa com uma mudança de mentalidade”, destaca.
A vice-governadora, Marilisa Bohem, destacou o quanto é importante um projeto que aborda a conscientização. “A mulher precisa procurar a delegacia da mulher, precisa denunciar, para que essa realidade de violência mude”. A vice-governadora disse que a violência contra a mulher não combina com um estado que carrega o nome de uma mulher.
Trabalhar o tema dentro das empresas
A campanha foi desenhada justamente para entrar onde grande parte das relações sociais acontece: o ambiente de trabalho. “A violência contra a mulher não se limita ao espaço doméstico, ela se manifesta nas ruas, nas casas, nos espaços públicos e também nas empresas”, destaca o presidente da Facisc, Elson Otto.
A mobilização pretende conscientizar líderes e colaboradores sobre os diferentes tipos de violência, esclarecer que comportamentos abusivos não podem ser normalizados, sensibilizar as empresas para que atuem como agentes de proteção e prevenção, incentivar ambientes corporativos mais seguros, acolhedores e respeitosos, e engajar toda a cadeia empresarial catarinense no combate à violência contra a mulher.
A Facisc reforça que falar sobre o problema é um passo essencial. “Por trás de cada número há uma vida interrompida, uma família marcada. A sociedade precisa reagir”, destaca o 2º Vice-Presidente, César.
União institucional pela causa
A campanha “Aqui Não” será realizada em parceria com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Governo do Estado, projeto Antonietas da NSC Comunicação, associações empresariais e empresas de todo o estado. A proposta é que o setor empresarial una forças a instituições públicas e privadas para que a mensagem contra a violência esteja presente em todos os espaços, na comunicação, nos ambientes de trabalho, nos eventos, nas lideranças e nos exemplos do dia a dia.
A promotora Chimelly Marcon, que está à frente do Protocolo Não é Não, destacou o quanto a violência impacta na sociedade como um todo. “É um problema estrutural e cultural que afeta a sociedade nos mais diversos meios, porque a violência contra a mulher é democrática, não tem cor, não tem raça, não tem classe social”.
Início de uma mudança de cultura
Mais do que uma ação pontual, a campanha marca o início de um processo de transformação cultural. Entre as ações previstas estão capacitações, materiais de orientação, conteúdos educativos, e a difusão das diretrizes do Protocolo “Não é Não”.
A mensagem é direta: nos ambientes empresariais de Santa Catarina, violência contra a mulher não tem espaço. Aqui, não.
Informações via assessoria






