Dois movimentos simultâneos marcaram o último fim de semana político em Santa Catarina, desenhando com antecipação o cenário para 2026. De um lado, o PSD reafirmando o projeto de candidatura própria ao governo; de outro, o MDB demonstrando unidade para cobrar a vaga de vice na chapa de reeleição do governador Jorginho Mello (PL).

Em Curitibanos, o PSD realizou um encontro regional na sexta-feira que serviu de palco para o anúncio da futura filiação do deputado estadual Nilso Berlanda, hoje no PL. O evento, que girou em torno da pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, ao governo do Estado, também sinalizou a chegada iminente do deputado Carlos Humberto, outro nome de peso do PL que deve fazer a travessia na janela partidária de 2026.
A migração de Berlanda e Carlos Humberto traz um componente decisivo para os bastidores. A dupla cobrou da cúpula pessedista a garantia de que a candidatura de João Rodrigues é irreversível. A lógica é pragmática: não valeria a pena enfrentar o desgaste político de deixar a base do governador Jorginho Mello e migrar para o PSD se, lá na frente, a sigla decidisse compor a chapa governista.
Não se trata de rejeição à figura do presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD), frequentemente citado como um vice dos sonhos pelo entorno de Jorginho. A questão é estratégica: sair do PL para apoiar o PL em outra sigla seria um erro de cálculo. Corroborando esse cenário de candidatura própria, o próprio Júlio Garcia confirmou sua pré-candidatura a deputado federal, afastando-se das especulações sobre a majoritária estadual.
MDB se une por Chiodini
Enquanto o PSD endurece o jogo e projeta carreira solo, o MDB trabalha para fechar as portas de uma eventual aliança dos pessedistas com o governo. O partido realizou três eventos no fim de semana — em Curitibanos, Caçador e Gaspar — para demonstrar força e unidade em torno do nome do deputado federal licenciado e secretário de Agricultura, Carlos Chiodini.
Com a liderança de figuras como o deputado federal Valdir Cobalchini e deputado estadual Jerry Comper, o recado do MDB é cristalino: o partido quer a vaga de vice e, ao contrário de eleições passadas, apresenta um nome de consenso para ocupar o posto. A estratégia é mostrar a Jorginho que a governabilidade e a capilaridade eleitoral passam pela manutenção da aliança com os emedebistas, isolando o PSD na oposição.
Ao governador Jorginho Mello, resta a difícil tarefa de equacionar uma única vaga na majoritária para dois gigantes que, cada um à sua maneira, já colocaram suas tropas na rua.







