A política catarinense segue se movendo em suas articulações, ainda que de forma mais discreta do que no período anterior à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O cenário atual expõe dois movimentos simultâneos e relevantes para 2026: a busca de espaço da deputada Caroline de Toni e mais uma tentativa de aproximação do governador Jorginho Mello com o PSD.
A novidade concreta é a conversa entre Caroline De Toni e o Novo na segunda-feira. Em Chapecó, a deputada federal e pré-candidata ao Senado, recebeu a visita de Eduardo Ribeiro, presidente nacional da sigla. A parlamentar gostou do que ouviu e a possibilidade de migração é real, embora nada deva ser definido este ano.
A motivação é a mesma que gerou a crise no PL catarinense com a migração de Carlos Bolsonaro para ser o candidato do PL ao Senado em Santa Catarina. Sem poder negar o pedido de Jair Bolsonaro, Jorginho ficou com apenas uma vaga de senador para composição e claramente reserva o posto na chapa para Esperidião Amin (PP) na tentativa de manter a aliança com federação União Progressista – empurrando Caroline de Toni para concorrer à reeleição como deputada federal.
Se aderir ao Novo, o cenário muda. Desatrelada do PL, ela ganha independência para compor lá na frente – seja com o próprio Jorginho, seja em carreira solo ou em uma composição com João Rodrigues (PSD). Eduardo Ribeiro é muito próximo do PSD, por sinal, mas também participa da pressão para que o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), concorra a governador.
Enquanto isso, Jorginho leva milhões à pessedista Criciúma
Enquanto a deputada avalia seu futuro, Jorginho Mello segue sua estratégia de aproximação com prefeitos do PSD. O movimento ficou claro no evento de segunda-feira em Criciúma, onde o governador anunciou R$ 240 milhões em investimentos na saúde e infraestrutura. No palco, Jorginho estava ladeado pelo prefeito Vaguinho Espíndola (PSD) e, significativamente, pelo deputado estadual Julio Garcia (PSD), presidente da Assembleia Legislativa.
A presença maciça do PSD no palanque governista alimenta as leituras de uma possível composição – embora tanto João Rodrigues venha garantindo que disputará o governo, quanto Júlio Garcia tem negado que possa ser vice na chapa de Jorginho. O evento contou com deputados federais do PL como Ricardo Guidi e Daniel Freitas, mas registrou ausências notáveis da ala mais ideológica, como a deputada federal Julia Zanatta (PL) e o deputado estadual Jessé Lopes (PL) — ambos insatisfeito com a pré-candidatura do Delegado Ulisses Gabriel a deputado estadual pelo PL.
