A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolve um dos mais abrangentes estudos nacionais sobre eficiência energética e conforto ambiental em habitações de interesse social. O projeto, coordenado pelos professores Roberto Lamberts e Ana Paula Melo, investiga estratégias capazes de melhorar o desempenho termoenergético de conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, considerando diferentes zonas bioclimáticas brasileiras e o papel do usuário na operação das edificações.

A pesquisa, que segue até dezembro de 2027, envolve 63 alunos bolsistas e redes de pesquisa em diversas universidades do país. A equipe realiza a instrumentação de unidades habitacionais em dez cidades brasileiras, onde são monitorados parâmetros ambientais e dados de consumo energético. As informações permitem comparar condições reais de uso, avaliar a percepção dos moradores sobre qualidade ambiental e compreender como o comportamento dos usuários influencia o desempenho das edificações.
Segundo a professora Ana Paula Melo, o estudo busca contribuir diretamente para a evolução das políticas públicas habitacionais.
“Nosso objetivo é aprimorar as estratégias de produção habitacional no Brasil, oferecendo moradias mais adequadas, saudáveis e com menor impacto energético e ambiental”, afirma. A docente destaca que soluções eficientes podem gerar economia significativa para famílias de baixa renda, ao mesmo tempo em que reduzem emissões e se alinham às metas internacionais de mitigação das mudanças climáticas.
Para viabilizar o trabalho de campo e a infraestrutura técnica do estudo, a Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FEESC) realiza a gestão administrativa e financeira do projeto, financiado pela FINEP. A atuação da Fundação inclui a aquisição de quase R$ 1 milhão em bens permanentes, entre eles sistemas de medição de desempenho acústico, equipamentos de coleta de dados ambientais e um espectroradiômetro, que somam cerca de R$ 300 mil. Esses investimentos garantem a robustez metodológica necessária para as etapas de monitoramento, replicação dos experimentos e validação dos resultados ao longo de toda a pesquisa.
A professora reforça que a parceria com a FEESC foi determinante para o andamento das atividades. “A FEESC tem desempenhado um papel crucial na execução do projeto. A gestão das bolsas, a contratação de pessoal técnico, o suporte nas aquisições e o acompanhamento dos contratos foram fundamentais para que conseguíssemos cumprir as metas estabelecidas com qualidade e segurança”, destaca.
Com impactos esperados para a Política Nacional de Habitação, para a Política Nacional de Conservação de Energia e para o setor da construção civil, o projeto contribui para o
desenvolvimento de soluções arquitetônicas e construtivas mais eficientes, sustentáveis e alinhadas às necessidades sociais. A iniciativa também fortalece a formação de estudantes e pesquisadores, ampliando a capacidade científica do país na área de habitação social.
Com o apoio da FEESC, a pesquisa consolida-se como uma referência nacional na busca por moradias mais eficientes, seguras e ambientalmente responsáveis, reforçando o compromisso da Fundação em viabilizar projetos que geram impacto social e inovação em Santa Catarina e em todo o Brasil.






