Nova Coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense, a deputada federal Caroline de Toni (PL) garante que o fato de ser oposição ao governo Lula (PT) não atrapalhará o seu “papel institucional” de lutar pela vinda de recursos federais a Santa Catarina. Ela foi entrevistada nesta sexta-feira, no quadro Plenário, da rádio Som Maior.
– Estou exercendo um papel institucional de representação parlamentar dos catarinenses. Espero não ter essa dificuldade, pois quando solicito uma demanda, falo em nome da coletividade dos parlamentares. E, neste caso, o governo passado sempre atendeu, independente se era do deputado Darci de Matos (PSD), Angela Amin (PP), Daniel Freitas (PL) ou a Carmen Zanotto (Cidadania), que eram os parlamentares que estavam dentro do Fórum. Acredito que os deputados do PT também colaborem, pois eu e o Pedro Uczai (PT) fomos os que mais brigamos para deixar as emendas de bancada para as obras de infraestrutura de estrada – disse, complementando que, por ordem do governador Jorginho Mello (PL), a emenda de R$ 52 milhões foi destinada ao projeto de zerar as filas das cirurgias eletivas no Estado.
A deputada ainda propõe a abertura de conversas com as lideranças da situação em âmbito federal como estratégia na captação de recursos destinados a Santa Catarina. Lembra, ainda, que uma forma de contornar os constantes cortes de verbas destinados ao Estado está na aplicação de excedentes em demais obras federalizadas.
– Isso passa muito com um diálogo aberto com o governo federal e estadual. Acredito que teremos que ter muita transparência e cobrar aquilo que foi prometido. Quando reclamávamos dos cortes em âmbito federal, diziam que a capacidade de execução de uma obra era menor do que o valor orçado, então pegam o excesso e redirecionam para outra obra.
Outro desafio estará na conciliação entre o setor antigo do PL, que é historicamente situacional – independente do governo, e a “onda bolsonarista” que nele se aglutinou após filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a parlamentar, a primeira situação de desentendimento se deu com a eleição de Arthur Lira à presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, para não perder força dentro da Casa, prega o consenso sobretudo nas votações nominais – situação que deve externalizar “quem será ou não será oposição”.
– Tivemos que equacionar uma dessas situações com a eleição do Lira para a presidência da Câmara. Tivemos tanto o presidente Valdemar quando o líder queria apoiá-lo mesmo com a presença do PT no bloco, e tivemos uma ala que quis lançar outra candidatura para mostrar que não estávamos vinculados com o atual governo. Mas sabíamos que se ficássemos fora do bloco, e se o Lira entendesse que ao lançar a candidatura estaríamos rompendo com o acordo, sofreríamos retaliações com nossa atuação dentro da Câmara. Então abrimos mão da candidatura para equacionar posições estratégicas de nossa atuação. Talvez tenhamos uma situação incômoda quando aparecerem as primeiras votações nominais onde vamos perceber quem de fato será oposição, que acho que é nosso papel neste momento, e quem quer compor com o atual governo.